Lauro Travassos

Lauro Pereira Travassos, comendador da Ordem do Mérito Médico, nasceu no dia 02 de julho de 1890 e faleceu em 20 de novembro de 1970. Completou o curso secundário no Colégio Alfredo Gomes, do Rio de Janeiro, e doutorou-se na Faculdade de Medicina em 1813, defendendo tese sobre Helmintologia.
 
Ainda estudante de medicina, freqüentou o Instituto de Manguinhos, onde depois passou a trabalhar para Gomes de faria, dedicando-se especialmente à Helmintologia. Nesta especialidade, escreveu seus primeiros 181 trabalhos, passando então a dedicar-se também à Entomologia, especialidade em que publicou numerosos trabalhos de grande valor.
 
Lauro Travassos foi um dos discípulos de Oswaldo Cruz.
 
Em 1929 deu curso de dez meses no Instituto Tropical de Hamburgo.
 
Durante algum tempo, foi professor da Universidade de São Paulo (Faculdade de Medicina), onde formou diversos discípulos que granjearam grande reputação científica. Foi, ainda, professor da Escola Nacional de Veterinária e da Universidade do Antigo Distrito Federal. Mas, seu quartel general era o Instituto Oswaldo Cruz, onde seu laboratório sempre esteve aberto aos moços que desejavam especializar-se.
 
Na verdade, com o crescimento do Instituto, o antigo laboratório de Helmintologia se transformou numa grande seção, integrante da Divisão de Zoologia médica.
 
Lauro Travassos não era especialista estreito. Embora a maioria de seus trabalhos verse sobre sistemática, sua larga cultura biológica e nas ciências naturais em geral, fazia dele um dos mais seguros guias que pudessem desejar os penetravam as ciências naturais.
 
Além disso, o seu grande espírito público dele fez dos mais acendrados colaboradores para o aperfeiçoamento de várias instituições, tendo sido notável sua contribuição ao Museu Nacional.
 
Até 1960 a biografia de Travassos registrava 357 trabalhos, num total de 4.220 páginas, ilustradas com 5.197 desenhos, muitos dos quais de próprio punho. Em 1938 seus discípulos e colegas editaram um livro jubilar comemorativo de seus 25 anos de atividade científica. Ali se encontravam contribuições de todo o mundo, numa impressionante demonstração da influência da obra do cientista brasileiro considerado, na opinião de Skrjabin “o maior helmintologista do mundo”.
 
(Extraído de Ciência e Cultura, São Paulo, 24(1): 102-3, 1972)