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Filaríase

Descrição - A filaríase por Wuchereria bancrofti é causada por um nematódeo que vive nos vasos linfáticos das pessoas infectadas, apresentando diversas manifestações clínicas. Existem indivíduos infectados que nunca desenvolvem sintomas, havendo ou não detecção de microfilárias no sangue periférico. Outros podem apresentar febre recorrente aguda, astenia, mialgias, fotofobia, urticária, pericardite, dor de cabeça e inflamação de nódulos e vasos linfáticos , com ou sem microfilaremia. Os casos crônicos mais graves são de indivíduos que apresentam hidrocele, presença de gordura na urina e elefantíase de membros, mamas e órgãos genitais. Descreve-se ainda casos de eosinofilia tropical, que é uma síndrome que se manifesta por crises paroxísticas de asma, com pneumonia intersticial crônica e ligeira febre recorrente, cujo leucograma registra importante eosinofilia.

Sinonímia - Filariose, filaríase de Bancrofti, elefantíase.

Agente etiológico - Wuchereria bancrofti.

Reservatório - O homem.

Modo de transmissão - Pela picada dos mosquitos transmissores com lavras infectantes. O Culex fatigans é o principal transmissor no Brasil. Em geral, as microfilárias têm periodicidade para circular no sangue periférico, sendo mais detectadas à noite, entre as 22hs e 2 hs.

Período de incubação - Manifestações alérgicas podem aparecer um mês após a infecção. As microfilárias, em geral, aparecem no sangue periférico de 6 a 12 meses após o inóculo para W. bancrofti.

Período de transmissibilidade - Não se transmite de pessoa a pessoa. O ciclo se faz de homem infectado com microfilaremia picado por inseto transmissor, que transmitirá a outro indivíduo, após 12 a 14 dias do repasto. A microfilaremia pode persitir, aproximadamente, de 5 a 10 anos.

Complicações - Hidrocele, linfocele, elefantíase, presença de gordura na urina.

Tratamento - A droga de escolha é a Dietilcarbamazina (DEC).

Características epidemiológicas - A filariose linfática tem grande importância na África. Foi uma doença prevalente no Brasil, mas, hoje, encontra-se restrita a alguns focos persistentes no Pará, Pernambuco e Alagoas.

Vigilância Epidemiológica

Objetivos - Desenvolver estratégias para delimitação das áreas de maior prevalência dentro dos poucos focos esistentes, visando a adoção de medidas de controle do mosquito transmissor e tratamento em massa dos casos diagnosticados. De acordo com a OMS, essa é uma doença passível de erradicação, o que está sendo objeto de discussão atualmente no Brasil.

Notificação - Doença de notificação nos estados que permanecem com foco. Em situações de detecção de novos focos, deve-se notificar como agravo inusitado, de acordo com a normalização do Ministério da Saúde.

Medidas de controle - a) Redução da densidade populacional do vetor: através de biocidas; bolinhas de isopor, método limitado a criadouros específicos urbanos (latrinas e fossas); mosquiteiros ou cortinas impregnadas com inseticidas para limitar o contato entre o vetor e o homem; borrifação intradomiciliar com inseticidas de efeito residual (dirigida contra as formas adultas do Culex). b) Educação em Saúde: informar às comunidades das áreas afetadas, sobre a doença e as medidas que podem ser adotadas para sua redução/eliminação; identificação dos criadouros potenciais no domicílio e peridomicílio, estimulando a sua redução pela própria comunidade; c) Tratamento em massa: para as populações humanas que residem nos focos.

Bibliografia

FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Centro Nacional de Epidemiologia. Doenças infecciosas e parasitárias : guia de bolso. Brasília, 1999. 217 p.

 

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