Toxicidade



NuBio



É a medida do potencial tóxico de uma substância. Não existem substâncias químicas sem toxicidade. Não existem substâncias químicas seguras, que não tenham efeitos lesivos ao organismo, porém se forem tomadas algumas medidas de segurança, como a associação da utilização de equipamentos de proteção coletiva, de equipamentos de proteção individual, dos procedimentos operacionais seguros, além da limitação da dose e da exposição poderemos manipulá-las com segurança.
O profissional deve ter sempre em mente que somente deve utilizar em seus ensaios substâncias com efeitos irreversíveis quando absolutamente necessário. Neste caso os procedimentos operacionais devem estar disponíveis, a supervisão deve ser requerida e todo o processo deve ser realizado de forma a garantir que o material ou substância não contamine o ar respirado no ambiente de trabalho. Em relação a este aspecto deve ser lembrado que não basta o uso de capelas químicas, mas estas devem ser adequadas ao uso da substância em questão. É comum se encontrar químicos que desconhecem os vários padrões de exaustão e suas destinações. Quando são manipulados substâncias com efeitos crônicos ou de longo-prazo deve-se considerar a possibilidade de monitoração ambiental. Esta deve ser planejada sempre se considerando as rotinas de trabalho e não somente segundo padrões externos.
Os maiores fatores que influenciam na toxicidade de uma substância são: freqüência da exposição, duração da exposição e via de administração. Existe uma relação direta entre a freqüência e a duração da exposição na toxicidade dos agentes tóxicos.
Para se avaliar a toxicidade de uma substância química, é necessário conhecer: que tipo de efeito ela produz, a dose para produzir o efeito, informações sobre as características ou propriedades da substância, informações sobre a exposição e o indivíduo.
A toxicidade de uma substância pode ser classificada de várias formas:

    I - Segundo o tempo de resposta

A) Aguda
É aquela em que os efeitos tóxicos em animais são produzidos por uma única ou por múltiplas exposições a uma substância, por qualquer via, por um curto período, inferior a um dia. Geralmente as manifestações ocorrem rapidamente.

B) Subcrônica
É aquela em que os efeitos tóxicos em animais produzidos por exposições diárias repetidas a uma substância, por qualquer via, aparecem em um período de aproximadamente 10% do tempo de vida de exposição do animal ou alguns meses.

C) Crônica
É aquela em que os efeitos tóxicos ocorrem após repetidas exposições , por um período longo de tempo, geralmente durante toda a vida do animal ou aproximadamente 80% do tempo de vida.

    II - Segundo a severidade

A) Leve

É aquela em que os distúrbios produzidos no corpo humano são rapidamente reversíveis e desaparecem com o término da exposição ou sem intervenção médica.

B) Moderada

É aquela em que os distúrbios produzidos no organismo são reversíveis e não são suficientes para provocar danos físicos sérios ou prejuízos à saúde.

C) Severa

É aquela em que ocorrem mudanças irreversíveis no organismo humano, suficientemente severo para produzirem lesões graves ou a morte.

Segundo a graduação de toxicidade adotada pela Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA), os níveis de toxicidade leve, moderada e severa são subdividos ainda em toxicidade:

Local aguda
Efeitos sobre a pele, as membranas mucosas e os olhos após exposição que varia de segundos a horas.

Sistêmica aguda
Efeitos nos diversos sistemas orgânicos após absorção da substância pelas diversas vias. A exposição varia de segundos a horas.

Local crônica
Efeitos sobre a pele e os olhos após repetidas exposições durante meses e anos.

Sistêmica crônica
Efeitos nos sistemas orgânicos após repetidas exposições pelas diversas vias de penetração durante um longo período de tempo.

Podemos ainda ter toxicidade:

Desconhecida
É aquela em que os dados toxicológicos disponíveis sobre a substância são insuficientes.

Imediata
É aquela que ocorre rapidamente após uma única exposição.

Retardada
É aquela que ocorre rapidamente após um longo período de latência. Por exemplo, as substâncias cancerígenas.

    Referências Bibliográficas

Dux, J. P., Stalzer, R.F.,1988. Managing Safety in the Chemical Laboratory. Van Nostrand Reinhold, New York.