Em 2004, foi a vez da cana-de-açúcar e do etanol virarem destaque na Avenida. A proposta de patrocínio de um grupo de usineiros foi aceita pela diretoria da escola, e por seus carnavalescos.
O tema despertou alguns questionamentos. Em uma reunião em pleno inverno de 2003, os carnavalescos conversavam e chegaram a uma conclusão:
- De onde vem o álcool?
- Da cana.
- De onde vem a cana?
- Da Índia.
- Por que ela floresceu no Brasil?
- Porque, como já diria Pero Vaz de Caminha, aqui “em se plantando, tudo dá...” Se a gente jogar nesse chão uma semente ou uma muda qualquer, vai nascer.
Assim nasceu o enredo “A Cana que Aqui se Planta Tudo Dá... Até Energia! Álcool, o Combustível do Futuro”. Uma história que começa na Índia e termina na fictícia Alcoópolis, uma cidade futurista movida a álcool.
O enredo passa também pelos holandeses, as crises de combustível na década de 1940, a do petróleo nos anos 70, a energia limpa, feita a partir da cana, e o álcool como combustível de naves espaciais.
Outros enredos do Salgueiro relacionados à ciência:
"Asas de um sonho, viajando com o Salgueiro, o orgulho de ser brasileiro..."
"Microcosmos: o que os olhos não vêem, o coração sente"
Confira a letra do samba-enredo de 2004:
"Caminha" descrevendo nossa terra
Veio da Índia inspiração para o cultivo
Que davam fim a liberdade do nativo
Terra de fartura coberta de cana
Canaã, por natureza
Negro, do açúcar mascavo
Branco toque refinado
Da cobiça holandesa
Academia, é doce seu cantar
Verde eldorado, o encanto "deste lado"
Solo fértil pro meu samba germinar
Pelo tempo, adoçou a economia
Com a evolução, ganhou outro "sabor"
O álcool, o progresso movia
Coisa que Caminha nem imaginou
E mesmo sem destronar o ouro negro
Já desvendaram seus segredos
O nosso jeito de abastecer
Sonho vê-lo enfim em seu reinado
Meio ambiente preservado
Conquistando o "espaço, infinito alvorecer"
A cana que aqui se planta, tudo dá
Dá samba até o dia clarear
O combustível do futuro é brasileiro
É energia que hoje embala meu Salgueiro”
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