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Manoel Amoroso Costa

Considerado como um dos mais expressivos cientistas da década de 1920, Manoel Amoroso Costa (1885-1928) destacou-se ativamente na divulgação científica, especialmente por meio de suas conferências e livros publicados.

Amoroso Costa formou-se como engenheiro civil na Escola Politécnica, em 1906, e um ano depois concluiu o bacharel em ciências físicas e matemáticas. Em 1924, já era catedrático na Escola Politécnica em Trigonometria Esférica, Astronomia Teórica e Prática de Geodesia. Participou da fundação da Sociedade Brasileira de Ciências, onde ocupou o cargo de segundo secretário, por dois mandatos, e de diretor da Seção de Ciências Matemáticas.

Como presidente da Seção de Ensino Técnico e Superior da Associação Brasileira de Educação (ABE), promovia palestras de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, como as do físico francês Paul Langevin e do matemático, também francês, Jacques Hadamard. Por sua participação no movimento de renovação da educação das duas primeiras décadas do século, foi eleito em 1928 presidente da ABE. Participou ainda da fundação, com vários outros cientistas brasileiros, da Sociedade Brasileira de Ciências (SBC), em 1916.

O cientista ficou famoso por suas conferências, apresentadas no Rio de Janeiro para um público ilustrado de várias áreas científicas, nas quais fazia desde críticas ao positivismo à apresentação de novas teorias da matemática e da física. É considerado, por exemplo, como o primeiro divulgador e expositor da teoria da relatividade de Einstein (especial e geral) para o grande público, com uma notícia publicada em O Jornal, no dia 12 de novembro de 1919. Nela, comentou os resultados das observações do eclipse, em Sobral (Ceará), divulgados dias antes, em Londres, e que estavam de acordo com as previsões de Einstein. Em 1922, publicou “Introdução à teoria da relatividade”, resultado de conferências realizadas na Escola Politécnica.

Amoroso Costa escreveu também artigos de divulgação em jornais sobre temas como as novas idéias na filosofia da ciência e na microfísica. No artigo “Pela Ciência Pura”, publicado em 1923, propôs uma política de longo prazo que buscasse a formação de verdadeiros cientistas e o desenvolvimento científico brasileiro. Sobre o artigo, Miguel Ozório de Almeida observou: “Não me parecia conveniente deixar sem eco, sem comentários, sem aplausos, o belo artigo que, sobre a ciência pura, publicou recentemente o Sr. Amoroso Costa. É necessário que todos os que têm as mesmas idéias e alimentam as mesmas aspirações acompanhem e apóiem essa voz (...). Porque a verdade, a triste verdade, é esta: no Brasil, muito poucos compreenderam o papel da ciência, no que ela tem de mais elevado e mais nobre”.

Sua atuação em favor da ciência foi interrompida, em 1928, com sua morte no trágico acidente do hidroavião Santos Dumont, que caiu nas águas da Baía de Guanabara.

Fontes:

BRASIL ESCOLA. “Manoel Amoroso Costa”. Disponível em: http://www.brasilescola.com/biografia/manuel-amoroso-costa.htm. Acesso em 02 mar. 2009.

MASSARANI, Luisa. A divulgação científica no Rio de Janeiro: Algumas reflexões sobre a década de 20. Rio de Janeiro: IBICT e UFRJ, 1998. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Instituto Brasileiro de Informação em C&T e Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1998.

VIDEIRA, Antonio Augusto Passos. Henrique Morize e o ideal da ciência pura na República Velha. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2003.


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