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Fundação Oswaldo Cruz

Cinematografia de ficção científica e cibercultura

Tese (Doutorado) - 2005

Autor: Rubens Eduardo Monteiro de Toledo

Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo

Resumo

Cada gênero de filme tem questões específicas que levanta. Nos filmes de ficção científica a mais importante é: o que é ser humano? Nestes filmes a humanidade está sempre em contato com outros seres, de todos os tipos. Como lidamos com as tecnologias que criamos, com as conseqüências de sua utilização? As perguntas éticas são as mais freqüentes. A este trabalho interessa as possibilidades levantadas pelo aparecimento, pela primeira vez na história da humanidade, de máquinas e processos inteligentes. Os filmes escolhidos para compor o panorama lidam com a questão da inteligência criada, voluntariamente ou não, pelos seres humanos e com as questões pertinentes à natureza do real, tema caro à Filosofia, renovado pela natureza inerentemente fluída da tecnologia digital. O cinema, como arte, também trabalha as possibilidades levantadas por outros ramos do saber humano. Nem sempre estas possibilidades se confirmam, mas se podem gerar enredos coerentes e fortes, se possibilitam personagens e situações interessantes, elas vão ser utilizadas como material de trabalho. A ficção científica também tem a liberdade de lidar com hipóteses implausíveis, desde que gerem um trabalho coeso. Além de ser uma cinematografia importante do ponto de vista da produção audiovisual, também o é do ponto de vista social e cultural. Cientistas do mundo todo declaram que suas escolhas profissionais foram influenciadas pelos filmes de ficção científica que assistiram. Personalidades importantes no mundo da Ciência são consultores de roteiros, escrevem livros de divulgação ou de ficção científica, que já não se restringem mais ao círculo de iniciados. Em uma sociedade fortemente tecnológica, a ficção científica tem cada vez mais espaço. Não poderia haver um meio melhor para discutir as angústias e esperanças levantadas pelas cibercultura.


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