A Cartilha Maternal foi adotada como método oficial de aprendizagem de leitura pelas cortes portuguesas no final do século 19. Na época, Portugal apresentava um elevado índice de analfabetismo e as escolas ainda adotavam a metodologia do ensino mútuo e os métodos de repetição e soletração ritmada que nele imperavam.
Escrita pelo poeta e pedagogo João de Deus, a Cartilha Maternal foi publicada pela primeira vez em 1876. Seu método inovador de alfabetização foi estabelecido a partir da premissa de que "a primeira condição para ensinar é o estudo da fala". A partir de 1877, começa a difundir-se o chamado método João de Deus e em 1882, por decisão parlamentar, é decretado o uso generalizado da cartilha nas escolas portuguesas. Esta obrigatoriedade seria mantida até 1903, quando o método se tornou facultativo.
No Brasil, a Cartilha Maternal foi incorporada pela Escola Normal de São Paulo em 1883. Há registros de que, em 1897, o governo paulista importou vários exemplares da obra para distribuir nas escolas do estado.
A obra foi pioneira neste tipo de publicação, servindo como referência para o surgimento de grande variedade de outras cartilhas que, em Portugal e no Brasil, foram as publicações de maior tiragem até o final dos anos de 1930.
Fontes:
CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO MÁRIO COVAS. "Cartilhas". In: Memorial da Educação. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/obj_a.php?t=cartilhas01>. Acesso em 09 fev. 2009.
ESE JOÃO DE DEUS. "A Cartilha Maternal". In: Associação de Jardins Escolas João de Deus. Disponível em: <http://www.joaodeus.com/associacao/detalhe.asp?id=6>. Acesso em 09 fev. 2009.
MOTA, João Gomes. Cartilha Maternal de João de Deus. Disponível em: <http://www.gomes-mota.nome.pt/joao/cartilha/apresentacao.html>. Acesso em 09 fev. 2009.
Av. Brasil, 4365 - Manguinhos, Rio de Janeiro CEP: 21.045-900 - nestudos@fiocruz.br
Realização: Museu da Vida / Casa de Oswaldo Cruz / Fundação Oswaldo Cruz - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Universidade Federal de Minas Gerais.
Apoio: CNPq