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Fundação Oswaldo Cruz

Cursos e conferências da ABE

Considerada o principal agente de iniciativas ligadas à divulgação da ciência nos anos 20, a Associação Brasileira de Educação (ABE) recebeu muitos dos cientistas e acadêmicos da época, além de estrangeiros como Marie Curie, Rivet (Musée de Paris) e Langevin (Collège de France).

No período entre 1926 e 1929, realizaram-se cerca de 50 eventos por ano, entre cursos, palestras e conferências, muitos deles apoiados pelo Instituto Franco-Brasileiro de Alta Cultura.

Entre os cursos promovidos destacam-se o de Amoroso Costa sobre as idéias fundamentais da matemática, o de Roquette-Pinto sobre antropologia e o de Tobias Moscoso sobre as teorias de crescimento populacional, todos em 1926. No mesmo ano, Euzébio de Oliveira fez conferências sobre a geologia histórica e o petróleo no Brasil.

Entre as apresentações de 1927, organizadas por Amoroso Costa, destacam-se: "Estudos sobre o metabolismo", Alvaro Ozorio de Almeida; "A siderurgia", Labouriau; "A física e a vida moderna", Dulcídio Pereira; "As geometrias não-euclidianas", Amoroso Costa; "Marés e problemas correlativos", Alix Lemos; "A regulação nervosa da respiração", Miguel Ozorio de Almeida; "A função educadora dos museus", Roquette-Pinto; "As florestas brasileiras", A. J. de Sampaio; "O problema social e o distributivismo", Tristão de Athayde; "A evolução moderna da idéia de democracia", Paulo de Castro Maya; "A estrutura e a evolução do mundo sideral", Amoroso Costa; "A organização universitária e as Faculdades Superiores de Ciências e de Letras", Alvaro Ozorio de Almeida.

Em 1928, os cursos e palestras foram organizados por Alvaro Ozorio de Almeida, que presidia a Seção de Ensino Técnico e Superior, e por Labouriau. Amoroso Costa era o presidente da ABE. Destaque para: "As modernas teorias da química", Mario de Britto; "Termodinâmica", Abraão Izecksohn; "Hereditariedade", André Dreyfus; "As pedras preciosas brasileiras", Othon Leonardos; "É a sexualidade indispensável para a reprodução?", M. Caullery (Institut de France); "A origem do homem" e "A conquista da força motriz animal pelo homem", P. Rivet (Musée de Paris); "A origem da energia solar" e "Ultrasons e suas aplicações", P. Langevin (Collège de France).

A série de conferências de 1929 foi iniciada por Alvaro Ozorio de Almeida, com a exposição “O Problema Universitário”, reproduzida em Sciencia e Educação. Dentre os eventos, organizados por Branca Fialho, destacam-se: "Auroras polares" e "A alta atmosfera", Adalberto Menezes de Oliveira; "Os animais na religião", Mello Leitão; "O ciclo do carbono na natureza", Julio Cesar Diogo; "Poesia sertaneja", Olegário Marianno; "O pH", Carneiro Felipe; "Riquezas minerais brasileiras", Ruy de Lima e Silva; "Atmosfera gasosa e seu aproveitamento", Mario Saraiva; "Cerâmica de Marajó", Heloisa Alberto Torres; "Possibilidades da química farmacêutica no Brasil", Alfredo Schaeffer; "Contribuições à teoria do deslocamento dos continentes", Alberto Betim Paes Leme.

Fonte:

MASSARANI, Luisa. A divulgação científica no Rio de Janeiro: Algumas reflexões sobre a década de 20. Rio de Janeiro: IBICT e UFRJ, 1998. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Instituto Brasileiro de Informação em C&T e Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1998.


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