A revista Rodriguésia começou a circular em 1935 como uma publicação do Instituto de Biologia Vegetal, do Rio de Janeiro, e de suas unidades, o Jardim Botânico e a Estação Biológica de Itatiaia.
Apesar da reformulação do instituto em 1938, passando a revista a pertencer ao Jardim Botânico, os assuntos mantiveram-se variados, abrangendo a fitopatologia, a entomologia e a ecologia agrícola, a botânica e a genética.
A revista, contudo, destacou-se pelo pioneirismo na publicação de artigos em botânica, notadamente nos estudos sobre a sistemática de plantas, o que se acentuou com ao longo de sua existência. Seu nome, inclusive, foi dado em homenagem a Barbosa Rodrigues, um dos pioneiros da botânica no país.
Entre os anos de 1935 e 1939, a publicação buscou divulgar o conhecimento sobre a fauna e flora para o público geral, mostrando também sua utilidade cotidiana. Não exigia o ineditismo dos artigos, possibilitando o aumento do público interessado.
Alinhava-se aos ideais do Estado Novo e a outros veículos de divulgação científica do momento, como, por exemplo, a Revista Nacional de Educação.
Nesse período, apresentava as seguintes seções: "Trabalhos de Divulgação e Notas Prévias", onde se notificavam trabalhos em andamento em linguagem não científica; "Nótulas Botânicas", que caracterizava curiosidades botânicas (florações da estação, identificações de árvores utilizadas em praças e ruas das cidades, controvérsias na classificação das espécies); "Noticiários e Atividades Várias", que identificava os cursos oferecidos e resumos das atividades de cada seção do Jardim Botânico; "Biblioteca", sobre a aquisição de novos livros; "Relatórios", sobre as excursões realizadas.
Seu projeto editorial passou por várias modificações. A revista apresentou maior periodicidade nas décadas de 1960 e 1970, sendo até hoje uma publicação importante na área. Apesar de ter perdido o caráter de revista de divulgação científica feita por pesquisadores, a revista ainda aceita trabalhos sobre a história da botânica.
Fonte:
BEDIAGA, Begonha. “Os primeiros anos da Rodriguésia – 1935-1938: em busca de uma nova comunicação científica”. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 56, n. 87, p.1-12, 2005.
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