Semanário de Saúde Pública

Publicação semanal da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, circulou entre 1831 e 1833. Para viabilizar a revista, cada sócio era obrigado a apresentar uma lista com dez assinantes, que pagavam oito mil réis anuais. Este foi o modesto início de uma série de publicações patrocinadas pela Academia Imperial de Medicina, que sucedeu a Sociedade.

Uma curiosidade é que o semanário circulava aos sábados mas, caso fosse dia santo, o periódico era publicado na segunda-feira seguinte.

A maior parte dos artigos publicados na revista, traduzidos principalmente de revistas francesas e italianas, eram relacionados às práticas da medicina e da farmácia. O semanário garantia ainda um espaço para a divulgação dos “Trabalhos Científicos dos Sócios”.

Em um de seus números, um editorial faz a análise da situação do ensino superior no Brasil e alerta principalmente para o atraso das ciências, dando como exemplo disto a inexistência de um curso regular de química. O texto se encerra com críticas aos critérios de seleção para a entrada nos cursos superiores no Brasil, em que se pode ler: “... para medicina, nem ao menos se exige um pouco de química, ciência de absoluta necessidade ...”, questão que só iria se resolver muito mais tarde, em 1877.

Fontes:

SAMPAIO, Nadja Paraense. Palestra proferida na Fiocruz. Rio de Janeiro, 14 ago. 2007.

SANTOS, Nadja P e ALENCASTRO, R Bicca de: Pinto, Ângelo da C. “Jornais científicos brasileiros do século XIX (1813-1889) - Publicações na área da química”. Química Nova. (Submetido)