O primeiro deles, digamos, o original, preparava-se para escrever um livro – justamente a obra A Amazônia misteriosa, numa referência intertextual. Ia, então, à biblioteca para fazer pesquisas sobre a região e suas habitantes amazonas. Porém, com freqüência observava que os livros a que desejava consultar já haviam sido retirados por outra pessoa. Sempre a mesma pessoa, começou a desconfiar.

Esse fato, somado a comentários de conhecidos que afirmavam ter visto uma pessoa exatamente igual ao protagonista, atiçou ainda mais a curiosidade de Paulo, que decidiu investigar a fundo o que estava acontecendo.

Pois havia, de fato, um sósia, um homem que se parecia com ele na aparência, na voz e mesmo nos interesses intelectuais. O outro Paulo de Alencastro, que ainda por cima “roubava-lhe” as idéias e pesquisava para escrever um romance cujos personagens, enredos e ambientes eram exatamente iguais aos do primeiro Paulo.

A ciência não é protagonista deste conto, perdendo espaço para o fantástico. Mas aparece de forma sutil nas consultas à biblioteca e, sobretudo, na referência ao romance A Amazônia misteriosa.