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Veículos de comunicação

No que diz respeito à mídia, jornais nacionais ou regionais criaram seções de ciência. Nos últimos anos, embora algumas delas ainda sejam mantidas, houve uma redução perceptível em seu número –o espaço dedicado à ciência nos jornais é, no geral, bastante limitado e existem ainda poucos jornalistas especializados em ciência. No aspecto editorial, o número de livros e coleções de livros de divulgação científica aumentou significativamente nas últimas duas décadas.

Apareceram também as primeiras tentativas de se produzir programas de TV voltados para a ciência tais como Nossa Ciência, criado em 1979 e transmitido pelo canal governamental de educação. Esse programa seria interrompido depois de dez emissões. Já o programa de divulgação científica Globo Ciência está no ar desde 1984. Se ele inovou a TV em seu início, com um formato mais jornalístico, não conseguiu se firmar como um programa televisivo de divulgação científica de qualidade. Tem alternado fases de maior ou menor audiência e mudado periodicamente de formato e objetivos.

Em 1982, foi criada, no Rio de Janeiro, a revista Ciência Hoje, da SBPC, com o objetivo de divulgar a ciência, com ênfase especial na ciência produzida no Brasil e com a intenção de aproximar a comunidade científica brasileira do público. Um de seus  objetivos era o de fazer com que os cientistas locais escrevessem artigos de divulgação sobre suas pesquisas. Seus propósitos foram atingidos em boa medida, mas, a partir de certo momento, seu espaço de atuação se reduziu e passou a ter influência e impacto diminuídos. A revista chegou a atingir 70.000 exemplares por mês em seus tempos áureos. Tão importantes quanto ela, foram outras iniciativas dela emanadas como a Ciência Hoje das Crianças, criada em 1987 e voltada para crianças de oito a 12 anos, atinge tiragens de até 200.000 exemplares mensais, grande parte deles distribuídos em bibliotecas e escolas pelo MEC.

O Jornal da Ciência, um informativo quinzenal, foi criado em 1992 e destina-se às notícias e discussões sobre a realidade e as políticas científicas, educacionais e tecnológicas do país. Posteriormente, a Ciência Hoje ganhou uma versão eletrônica e o jornal ganhou um informativo diário na internet que tem grande repercussão no meio científico. Nas trilhas de Ciência Hoje, surgiram outras revistas ligadas a empresas privadas, como Globo Ciência (hoje, Galileu) e Superinteressante. Elas são vendidas em bancas em todo o país e alcançam milhares de leitores.

Do ponto de vista da organização de profissionais e instituições ligadas à divulgação científica, alguns eventos merecem ser citados. Em 1977, foi fundada Associação Brasileira de Jornalismo Científico, que tem entre seus objetivos, além das ações corporativas, a democratização do conhecimento científico e tecnológico. Atualmente, ela congrega em torno de 400 membros. A Rede de Popularização da Ciência e Tecnologia na América Latina e no Caribe (RED POP) surgiu em 1990, reunindo instituições da área e organizando encontros. Recentemente, foi criada a Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências, que pretende aproximar os diversas instituições e promover o intercâmbio e a cooperação entre elas.

Fonte:

MOREIRA, Ildeu de Castro e MASSARANI, Luisa. “Aspectos históricos da divulgação científica no Brasil". In: MASSARANI, Luisa; MOREIRA, Ildeu de Castro; BRITO, Maria de Fátima (orgs.). Ciência e público: caminhos da divulgação científica no Brasil. 1 ed. Rio de Janeiro: Casa da Ciência, 2002, p. 43-64.


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