Fiocruz
no Portal
neste Site
Fundação Oswaldo Cruz

Comunicasons por entre rádio, arte e divulgação científica

Dissertação (Mestrado) - 2011

Autora: Ana Paula Camelo 

Programa de Pós-graduação em Divulgação Científica e Cultural, Universidade Estadual de Campinas

Resumo

Por entre sons, rádio, arte e divulgação científica lançamos este convite-pesquisa, dando atenção ao som pela sua potência de pensamento e de invenção. Som, sons (!) que causam efeitos de representação, mas que também resistem à força evidencial, ao modelo comunicação-recognição que atravessa a comunicação, a divulgação científica. Sons que ecoam e ressoam possibilidades de gaguejar, de suspender, esvaziar, gerar fugas às estabilizações e fixações nos conhecimentos, nos valores científicos e culturais. Possibilidades de se pensar a escuta à qual estamos condicionados, uma escuta disciplinada a procurar e criar efeitos de semelhança entre as coisas e ideias, habituada a classificar, nomear, organizar o pensamento, a construir a sensação de uma realidade única, a nos situar em territórios sonoros confortáveis, previsíveis e estabilizados – uma escuta apoiada e que não está dada, mas que precisa e é continuamente criada. Com este trabalho, lançamos com artistas e pesquisadores (que tensionam visual, sonora e/ou textualmente as relações entre os sons e o que se ouve, o que se pensa e o que se sente), uma ideia de rádio que divulga, mas que também se permite divagar, que se debruça sobre a complexidade da linguagem radiofônica, que experimenta as formas de expressão fazendo proliferar outros e inusitados sentidos dentre aqueles que já nos estão dados. Rádio Alice, Frédéric Lavoie, ARTE Radio, Radioforum, Rádio desConETC@, Oficinas rádiOFICINArte, grupo multiTÃO corresponDANCE... Cada um à sua maneira, ajudaram-nos a pensar formas de como a comunicação e divulgação científica radiofônica, com/pelos/nos sons, poderiam escapar à oposição entre o que é real ou irreal, verdade ou ficção, fiel ou traidor, e fazer emergir uma nova força de expressão da escuta... Encontros que também expandiram o pensamento sobre que forças, sensações, comunicações e ciências mobilizariam uma escuta à deriva, que não está presa a um sujeito ou ao órgão do aparelho auditivo. Mais um convite: a apostar em sons personagens, experimentais, que resistem à lógica representacional, à invenção de uma única verdade para falar com e das ciências, das coisas e do mundo.

Clique aqui para baixar o arquivo completo em PDF.


Versão para impressão: