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Fundação Oswaldo Cruz

Histórias do mar: divagação científica, biotecnologias e RPG

Dissertação (Mestrado) - 2011

Autora: Renato Salgado de Melo Oliveira

Programa de Pós-graduação em Divulgação Científica e Cultural, Universidade Estadual de Campinas

Resumo

Aqui nos lançamos por entre o RPG (Role Playing Game), a divulgação científica e as biotecnologias – e nos perdemos. Mesmo quando queremos, não é fácil encontrar um
caminho: às vezes precisamos singrar contra as palavras, contra os conceitos; pensar é, de
certa forma, sangrar. Há ainda outro tipo de esforço, tão difícil quanto, que é quando não
queremos encontrar um caminho, pois nos bastam os encontros e desencontros. Ou mais
difícil ainda: descobrir um jeito de contar tudo depois – inventar pela escrita tantas coisas
que não imaginamos dessa forma. E, para isso, inventei de escovar narrativas, rabiscá-las e
desmanchá-las ao meu prazer. Das narrativas escorrem um RPG com vontade de divagar,
dispersar – divagação científica – outra vereda que se bifurca da divulgação. Bifurca em
movimento, em velocidades, buscando trair o máximo das promessas de amor eterno que os
cientistas e jornalistas fizeram à verdade. Trair até que não funcione mais – ferramenta
quebrada, utensílio inútil. Uma dissertação pirata, feita de pilhagens e roubos. Rouba-se de
poetas, de escritores, de acadêmicos, até mesmo do próprio RPG. Rouba-se, pois é assim
que se joga o próprio RPG: tirando um pedaço de cada canto, sem se preocupar com a
fidelidade em relação à origem. Investir na potência do fragmento que nos leva a um futuro
que falta, que não está dado. E não para aprisioná-lo em um sentido que faz do contexto de
origem um clichê. Não se trata de consertar o mundo, portanto não se propõe o RPG como
ferramenta. É outra vontade, de fazer das coisas ruínas – quebrar aquilo que sobrou inteiro.
Até mesmo o real. Uma vontade da ruína do real, que não faz da representação a sua
unidade, mas da invenção a sua pulverização. Um RPG que não quer representar o real,
mas inventar infinitas possibilidades de mundos. Uma pesquisa que não quer olhar a
fabulação de frente (quais não seriam os perigos de fazê-lo?), mas, simplesmente, fabular.

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