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Fundação Oswaldo Cruz

A Cultura Científica de professores da Educação Básica: a experiência de formação a distância na Universidade Aberta do Brasil - UFMG

Dissertação (mestrado) - 2013

Autora: Jessica Norberto Rocha

Programa de Pós-Graduação em Divulgação Científica e Cultural, Instituto de Estudos da Linguagem e Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo, da Universidade Estadual de Campinas

Resumo

Para a educação de qualquer pessoa no mundo contemporâneo, é fundamental a noção sobre o que acontece em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), isto é, seus principais resultados, seus métodos, usos, riscos e limitações, bem como os interesses e determinações que governam seus processos e aplicações. Para além da educação formal e da educação científica, a construção de uma Cultura Científica na sociedade também depende de diversos fatores do meio social, que muitas vezes pertencem ao universo do ensino não formal, como o acesso a meios de informação diversos, a centros de ciência e cultura, a espaços de debates cívicos, a opções culturais, como teatro, cinema e feiras, entre outros. A criação do imaginário científico da criança e do jovem é muito influenciada pelo discurso do professor em sala de aula, principalmente pela forma como este relata, aborda e discute temas ligados à CT&I, pelo material didático utilizado e pelo valor que dá às atividades fora da sala de aula, como visitas a museus, jardins botânicos e feiras de ciências, entre outras atividades. Por esse motivo, o presente estudo objetivou identificar e analisar a Cultura Científica de professores e futuros professores da Educação Básica, alunos do curso de Pedagogia a distância UAB/UFMG, para refletir sobre o processo de formação e desenvolvimento dessa cultura, bem como avaliar suas práticas pedagógicas para o Ensino de Ciências e discussões sobre CT&I. O trabalho, que se configura como Estudo de Caso único (YIN, 2001), inclui pesquisa bibliográfica e documental, análise dos dados quantitativos e qualitativos, coletados a partir da aplicação questionários baseados em pesquisas de Percepção Pública da Ciência e das entrevistas semiestruturadas realizadas com uma estratificação da amostragem geral e a triangulação de informações, dados e evidências. O corpus do estudo é constituído por um universo de 155 cursistas de cinco municípios/polos, do interior de Minas Gerais, do curso de 2011 (Araçuaí, Campos Gerais, Formiga, Governador Valadares e Teófilo Otoni). Os resultados do trabalho apontam que existe interligação e interdependência dos oito anéis da Cultura Científica do professor (modelo criado pela pesquisa), sendo eles: Perfil sociodemográfico; Cultura, leitura e espaços científico-culturais; Assuntos de interesse; Hábitos informativos; Informação científica; Participação em assuntos de CT&I; Imaginário sobre CT&I e sobre o cientista; e Prática pedagógica. A pesquisa revela, ainda, que existem lacunas de aparelhos culturais e de acesso à informação de qualidade nas regiões onde mora esse público, com prejuízos importantes na formação científica e cultural e na prática pedagógica dos professores. A maioria dos professores considera importante o uso da mídia na sala de aula como recurso didático motivador do aprendizado, porém acreditam que as notícias de CT&I têm uma linguagem complexa e de difícil entendimento. Ficam, também, patentes, as expectativas não contempladas no curso, principalmente sobre didática na sala de aula, como exemplos de como proceder em diferentes situações e sobre quais recursos paradidáticos podem ser utilizados para dinamizar as aulas. A partir deste trabalho, espera-se abrir caminho para futuras investigações em programas de Divulgação Científica e Cultural e o fortalecimento da área de estudo no país.

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