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Fundação Oswaldo Cruz

1901 - 1945

Embora tenham enfrentado redução significativa na última década do século 19 e nos primeiros anos do século seguinte, as atividades de divulgação científica no Brasil experimentaram um verdadeiro boom na década de 1920.

O crescente interesse pela ciência após a Primeira Guerra Mundial, a importância de uma opinião pública favorável para permitir o desenvolvimento da ciência pura e a necessidade de sensibilizar o poder público para as questões científicas foram alguns dos fatores que deram forma a este período fértil da divulgação científica no país.

Nas décadas seguintes, porém, o Brasil enfrentou nova redução das atividades de divulgação científica e, sobretudo, do envolvimento das lideranças da comunidade científica com esse tipo de atividades. Algumas iniciativas, porém, foram contra essa tendência, como a utilização do cinema como meio de divulgação.


A década de 20

A segunda década do século 20 foi marcada, no Rio de Janeiro, por uma intensa atividade de divulgação científica, não só em veículos como jornais, revistas e livros, mas também por meio de conferências abertas ao público e do rádio -- com a criação da primeira emissora do país, a Rádio Sociedade, em 1923.


A mobilização da comunidade científica na década de 1920

Pode-se dizer que o embrião da comunidade científica brasileira surgiu nos anos 20, junto com a tentativa de se criarem condições para a institucionalização da pesquisa no país. Os cientistas que se destacaram por sua atuação na divulgação e educação científica no país, nessa época, eram em sua maioria médicos e engenheiros, muitos de classe média alta.


Rio de Janeiro, 1922: um “bazar de maravilhas”

Às vésperas do centenário da independência do Brasil, como sede do governo, o Rio de Janeiro deveria ser não só o palco principal das comemorações, mas também um modelo de civilização e progresso para a nação. Na imprensa, sugestões de atividades e cobranças de iniciativas para a festa. Entre as programações, a mais ousada era sem dúvida a realização de uma Exposição Universal em terras cariocas.


Associação Brasileira de Educação

Criada em 1924, a Associação Brasileira de Educação (ABE) também foi fruto do movimento organizado de cientistas e intelectuais da época. Sua finalidade era promover a difusão e o aperfeiçoamento da educação e cooperar com as iniciativas que viessem ao encontro desse objetivo.


Cursos e conferências da ABE

Considerada o principal agente de iniciativas ligadas à divulgação da ciência nos anos 20, a Associação Brasileira de Educação (ABE) recebeu muitos dos cientistas e acadêmicos da época, além de estrangeiros como Marie Curie, Rivet (Musée de Paris) e Langevin (Collège de France).


Rádio Sociedade

Surgida em 1923, a primeira rádio brasileira foi uma iniciativa de cientistas e intelectuais, interessados em divulgar temas científicos para o público geral. Fechada em 1936, a rádio teve parte de seu acervo de correspondências preservado e disponibilizado no site do projeto "Memória da Rádio Sociedade".


O cinema educativo como instrumento de divulgação científica

As primeiras iniciativas de utilização do cinema como auxiliar na pesquisa científica e no ensino no Brasil surgiram no início do século 20. Mas o grande impulso para o fortalecimento do cinema educativo no país foi a criação, em 1936, do Instituto Nacional do Cinema Educativo (INCE).



Outros documentos relacionados:

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Esboço histórico sobre a Botânica e Zoologia no Brasil: De Gabriel Soares de Souza, 1587, a 7 de setembro de 1922, de Arthur Neiva


O relatório da expedição científica de Belisário Penna e Arthur Neiva (1912)


O que eu vi, o que nós veremos


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A vulgarização do saber


O presidente negro


Revista Rodriguésia


Revista Nacional de Educação


Revista do Brasil


Revista Chácaras e Quintais


Almanaque Brasileiro Garnier


Instituto Nacional do Cinema Educativo

Criado em 1936, o Instituto Nacional do Cinema Educativo (Ince) teve como principal inspirador e primeiro diretor o cientista, antropólogo e professor Roquette-Pinto. A idéia era promover e orientar a utilização do cinema como auxiliar do ensino e servir-se dele como um instrumento voltado para a educação popular.