O período seguinte ao fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi marcado por uma mobilização da comunidade científica brasileira, que se organizou naquele momento para criar instituições que lhe dessem voz na sociedade, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em 1948 – que viria a se tornar, principalmente a partir dos anos 1970, a principal entidade a promover eventos e publicações voltadas para a divulgação científica –, e lhe proporcionassem melhores condições de trabalho, como o então Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) em 1951. Os cientistas se preocuparam em familiarizar o público com a ciência, em busca de reconhecimento e apoio na luta por recursos – um objetivo central da SBPC era justamente mostrar ao público os progressos, métodos, aplicações e limitações da ciência.
O suplemento “Ciência”, constituído por uma página dominical do Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, teve início em 16 de novembro de 1958 e se estendeu até meados de 1962.
Criado sob a coordenação do dinâmico cientista Walter Oswaldo Cruz, o suplemento foi arquitetado, e posteriormente apoiado, por uma plêiade de cientistas e professores, particularmente das instituições de pesquisa e universidades do Rio de Janeiro
Um fator importante para caracterizar a divulgação científica no Brasil do pós-guerra é o pano de fundo político: os governos que se sucederam ao fim do Estado Novo foram marcados por uma orientação desenvolvimentista e nacionalista, na qual a ciência era percebida – e apresentada à sociedade – como um instrumento fundamental para conduzir o país ao progresso econômico.
No Brasil do pós-guerra, os mesmos veículos que divulgavam notícias sobre comportamento, religião, política, beleza e novelas eram aqueles que abordavam temas científicos. Não havia, naquela época, publicações de peso especializadas em ciência.
Em março de 1948, a imprensa brasileira noticiava tardiamente uma experiência realizada nos Estados Unidos em fevereiro do mesmo ano e que obteve, pela primeira vez, mésons π em laboratório. A equipe que realizou o feito contava com a participação do físico brasileiro Cesar Lattes e, por isso, a notícia ganhou espaço nos jornais nacionais.
O Globo, Correio da Manhã, O Cruzeiro, Manchete: a cobertura da imprensa carioca sobre o lançamento do satélite russo.
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