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Pesquisa em dengue é premiada

Estudo sobre aspectos comportamentais e interação do mosquito Aedes aegypti com o vírus é reconhecida com o Prêmio Capes de Teses de 2011 na categoria Ciências Biológicas III

Foram quatro anos divididos entre experimentos em campo e nas bancadas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), com o objetivo de identificar aspectos comportamentais e biológicos do mosquito Aedes aegypti que ajudassem a traçar melhores estratégias de controle da dengue. O trabalho do pesquisador Rafael Freitas, doutor formado no Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária sob orientação do pesquisador Ricardo Lourenço, acaba de ser reconhecido com o Prêmio Capes de Melhor Tese de 2011 na categoria Ciências Biológicas III. O curso possui nota 6 na Capes.

Gutemberg Brito

O pesquisador Rafael Freitas no Laboratório de Transmissores de Hematozoários

A pesquisa, intitulada ‘Avaliação de aspectos da capacidade vetorial de fêmeas de Aedes aegypti (Diptera: culicidae) no Rio de Janeiro’, rendeu a publicação de dez artigos científicos. Rafael destaca algumas das principais descobertas. A primeira diz respeito à capacidade de adaptação do A. aegypti às intervenções no ambiente, tais como a remoção seletiva dos criadouros mais produtivos. No momento inicial do estudo, conduzido na localidade de Tubiacanga, na Ilha do Governador (RJ), 70% das pupas foram encontradas em caixas d’água. Nesse ponto, 733 caixas foram vedadas com telas de nylon. Nas primeiras semanas que se sucederam à remoção das caixas d’água, houve queda progressiva na população de mosquitos adultos. No entanto, seis semanas depois, a população de A. aegypti já tinha voltado para o mesmo patamar inicial. Três meses depois, uma nova pesquisa sobre a produtividade dos tipos de criadouro, revelou que o percentual de pupas em locais pouco visados pelo mosquito, como toneis, tinha ido de 3% para 50%. O mesmo padrão de aumento de pupas foi observado para vasos de planta, potes plásticos e ralos domésticos. A população de Aedes só caiu de forma efetiva mediante a vedação dos toneis, somada à manutenção da vedação das caixas d’água três meses antes.

Para o pesquisador, a descoberta confirma a complexidade do controle do mosquito e a necessidade de convocar a sociedade para trabalhar junto com as autoridades no combate à doença. “Não basta o agente de saúde identificar o criadouro mais produtivo e eliminá-lo, o mosquito tem um grande poder de adaptação e vai realizar postura de ovos em locais que até então não procurava”, explicou, reforçando a importância da Campanha 10 Minutos Contra a Dengue, elaborada pelo IOC e implementada no Estado do Rio de Janeiro por meio de parceria com a Secretaria de Saúde.

A variedade de criadouros, relacionado a aspectos demográficos e sócio-econômicos, também foi constatada. “Por exemplo, em bairros onde há água encanada, os focos estão em ralos e vasos de planta. O mosquito se adapta facilmente a cada ambiente”, disse. Outra constatação da tese diz respeito à interação do mosquito com o vírus da dengue. Na tese, Rafael identificou, após infectar espécimes de A. aegypti em laboratório, que os vetores são afetados pela infecção com o vírus, vivendo menos e colocando menos ovos. Saiba mais sobre esse aspecto do estudo aqui.

 

Isadora Marinho
14/06/2012
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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