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10 Minutos Contra Dengue

:: Galeria de Imagens do Evento

Uma semana tem mais de dez mil minutos. Que tal usar apenas 10 para combater a dengue? Esse é o mote da ação “Dez Minutos Contra a Dengue”, desenvolvida numa parceria entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e a Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro (Sesdec). O projeto foi lançado no último sábado, 26/03, com ações simultâneas nas comunidades do Chapéu Mangueira e Babilônia e na orla da Praia do Leme. Nas comunidades, 150 bombeiros fizeram a divulgação do material de porta em porta. Na orla, um estande oferecia o material do projeto e apresentava as diversas fases do mosquito.

Gutemberg Brito

A ação mobilizou quem passava pela praia do Leme

Início

A chefe do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC/Fiocruz, Denise Valle, é uma das idealizadora da ação, desenvolvida em conjunto com o Laboratório de Transmissores de Hematozoários do IOC. A proposta foi consolidada num material informativo impresso, em formato de folder, que traz um guia com os 13 principais criadouros no contexto domiciliar e peri-domiciliar e oferece um 'checklist' para a checagem semanal de criadouros. [Para acessar o guia, clique aqui.]

Após o desenvolvimento da proposta, foi realizada uma fase de prospecção de parceiros, quando foi firmada a parceria com a Sesdec para implementação.

A inspiração para o projeto veio de Cingapura. O pequeno país do Sudeste Asiático sofreu uma grande epidemia de dengue há seis anos. Uma rotina de verificação voluntária das casas conseguiu, em apenas seis semanas, conquistar uma queda de 90% no número de casos da doença.

Segundo Denise, a biologia do vetor explica o porquê de uma checagem semanal ser suficiente. "Do ovo ao mosquito adulto, o Aedes leva de 7 a 10 dias. Por isso, agindo uma vez por semana é possível interromper o ciclo de vida do vetor", esclareceu. “Esses dez minutos por semana que a gente usa olhando os criadouros, não estamos gastando nem perdendo: estamos investindo na saúde da nossa família e de todos”, garantiu a pesquisadora.

Lançamento

Estavam presentes na abertura do projeto a diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, e a subsecretária de Vigilância em Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Hellen Miyamoto. No lançamento, na quadra da comunidade Chapéu Mangueira, Tania ressaltou a importância da mobilização coletiva para vencer a luta contra a doença. “Nós não fazemos ciência para simplesmente colocar no livro, mas sim para agir na vida real. A dengue não se combate apenas com veneno, mas com educação e ações de prevenção. É preciso agir para evitar que o mosquito avance. E somente juntos poderemos conseguir”, finalizou a diretora.

Gutemberg Brito

A diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, destacou a importância de ações em que a ciência atua de forma a interferir na realidade

Já a representante da Secretaria Estadual de Saúde destacou que conta com a colaboração de toda a comunidade na campanha. “A Prefeitura e o Governo do Estado não podem fazer sozinhos todo o trabalho de prevenção, este é um dever de toda a sociedade”, sinalizou Hellen Miyamoto.

Nas casas

Durante a ação de lançamento, 150 homens do Corpo de Bombeiros percorreram as comunidades Chapéu Mangueira e Babilônia para orientar os moradores a utilizar o guia. Um dos moradores que aderiu à campanha foi Edir Maciel, de 52 anos, morador da comunidade Chapéu Mangueira há 45 anos. Ele conhece de perto a doença. “Tive dengue há 20 anos e foi terrível. Uma semana de muita dor no corpo e febre. Tenho medo que minha filha de 4 anos sofra o que sofri. A dengue é perigosa e pode levar até à morte. Toda ação é bem-vinda para que todos entendam como devem se prevenir e saibam que acabar com o mosquito não depende de uma só pessoa, mas de todos nós”, contou o funcionário público.

Gutemberg Brito

O funcionário público Edir Maciel destacou que o controle da dengue depende de todos

Na praia

Na orla do Leme, um estande oferecia o material do projeto 'Dez Minutos Contra a Dengue'e mostrava as fases de vida do mosquito. O advogado Janser Myller, de 50 anos, aprovou a iniciativa. “Com toda certeza usarei as orientações recebidas. Nós vamos ganhar dez minutos por semana de vida com essa ação. É uma guerra contra a dengue”, declarou o morador do Leme, que levou vários folders da campanha para os vizinhos do prédio onde mora.

Gutemberg Brito

O advogado Janser Myller diz que continuará fazendo o controle dos possíveis criadouros em sua casa, agora com a ajuda do material informativo do projeto

Krysna Kreischer, de 38 anos, já teve dengue e tem de medo de contrair novamente a enfermidade. “Tomo todos os cuidados. São medidas tão simples, mas as pessoas tendem a pensar que o outro vai combater. O que não é visto, não é lembrado. São ações como esta que realmente conscientizam mais”, enfatizou a moradora de Copacabana.

José Bento Pereira, pesquisador do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC, contou que há algum tempo esse projeto estava sendo planejado e comemorou a aceitação da iniciativa. “As crianças participaram e foram as mais empolgadas em conhecer mais sobre o vetor”, ressaltou o cientista.

Natália Oliveira

O pesquisador José Bento mostra aos visitantes como é difícil visualizar ovos do mosquito, que são pequenos e escuros, em fundos pretos, como pratos de vasos de plantas

“É fundamental educar as pessoas para controlar a população de mosquitos e eliminar todos os possíveis criadouros”, completou Ademir Martins, pesquisador do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC.

:: Acesse o material do Projeto Dez Minutos Contra Dengue
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Úrsula Neves

28/03/2011

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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