Publicada em: 23/06/2021 às 17:00
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Núcleo de Estudos discute papel das universidades
Jornalismo

Sessão reuniu reitores de instituições federais de ensino superior de quatro regiões do país. Relevância das universidades para o desenvolvimento do Brasil foi destacada

A história das universidades no Brasil e sua relevância para o desenvolvimento e a soberania do país foram temas discutidos no Núcleo de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) nesta quarta-feira, 23/06. Com o título ‘Universidade, a célula mater da inteligência e futuro da nação', a sessão debateu ainda os desafios atuais das instituições de ensino superior brasileiras, em um cenário marcado por cortes de orçamento e pela pandemia de Covid-19.

A atividade contou com a participação dos reitores Denise Pires de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Emmanuel Tourinho, da Universidade Federal do Pará (UFPA); João Carlos Salles, da Universidade Federal da Bahia (UFBA); e Ricardo Fonseca, da Universidade Federal do Paraná (UFPR); e da vice-reitora Raiane Patricia Severino Assumpção, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Devido ao distanciamento social recomendado pelas autoridades de saúde, o evento foi transmitido exclusivamente pelo Canal IOC no YouTube. Confira a íntegra da sessão:

Na abertura da atividade, a diretora do IOC, Tania Cremonini de Araújo-Jorge, ressaltou a relevância do debate sobre as universidades no Brasil, especialmente no contexto da pandemia de Covid-19. “Estou muito feliz que todos tenham aceitado o desafio de pensar qual o papel da universidade na construção da inteligência e da criatividade nacional para um momento tão difícil como estamos passando. O que nos reserva o futuro? Qual é o nosso papel? Essas perguntas são centrais”, enfatizou Tania.

O coordenador do Núcleo, Renato Cordeiro, lembrou as mais de 500 mil vidas perdidas para a Covid-19 no Brasil e salientou a relevância das universidades em defesa da vida. O pesquisador citou os sucessivos cortes de orçamento sofridos pelas instituições federais de ensino superior nos últimos anos e o contingenciamento de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) pelo governo federal, lembrando que as medidas vêm dificultando o pagamento de despesas de custeio e o fomento a pesquisas.

“Estão nos negando o futuro e carimbando a dependência tecnológica. Enquanto isso, a revista Nature nos informa que o Senado americano aprovou recentemente projetos de investimento na Fundação Nacional de Saúde dos Estados Unidos, no montante de US$ 81 bilhões para os próximos cinco anos, o que corresponde a cerca de R$ 400 bilhões. A meta é competir com a China e, nesse processo, vão drenar os melhores cérebros do Brasil. Corremos o enorme risco de uma diáspora científica, que já começou”, declarou Renato.

A sessão foi coordenada por Renato em parceria com a vice-diretora de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas do IOC e também coordenadora do Núcleo de Estudos, Maria de Lourdes Oliveira, e o pesquisador do IOC, Luís Cláudio Muniz Pereira. O debate realizado após a palestra teve a participação virtual de pesquisadores de diversas instituições científicas do país.

Homenagem
Falecido no dia 31 de maio, aos 93 anos, o físico Sérgio Mascarenhas foi homenageado na sessão com a exibição de vídeos enviados pelo presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, e da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich. Presidente de honra da SBPC e membro da ABC, o pesquisador foi um dos fundadores do Instituto de Física e Química da Universidade de São Paulo (IFSC/USP), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Embrapa Instrumentação.

Reportagem: Maíra Menezes
23/06/2021
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)


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