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Hepatites Virais: conferência internacional promove intercâmbio científico

Pesquisadores de destaque no cenário internacional participaram do International Conferences and Debates on relevant aspects of viral hepatitis, realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) no dia 26 de fevereiro. Apresentando um panorama sobre hepatites virais no Brasil, Selma de Andrade Gomes, chefe do Laboratório de Virologia Molecular do IOC e coordenadora do encontro, abriu o evento. A plateia, formada não só por pesquisadores e estudantes, como também por médicos e representantes do Ministério da Saúde, teve a oportunidade de entrar em contato com estudos recentes realizados por pesquisadores da França, África do Sul e Austrália.

                                                                   Gutemberg Brito 

 

 Mais de cem pessoas assistiram às apresentações dos especialistas convidados

  A pesquisadora sul-africana Anna Kramvis falou sobre a filogenia do vírus da hepatite B, seus genotipos e subgenotipos já descritos e apresentou a distribuição geográfica da hepatite B no continente africano.  Segundo ela, o vírus possui alta prevalência principalmente na África Sub-saariana. “Há presença do vírus em todas as regiões africanas, mas a distribuição não é uniforme. Como também é observado no Brasil, há bolsões de alta endemicidade”, afirmou.

A apresentação de Cristophe Combet, da Universidade de Lyon, na França, tratou da variabilidade genética do vírus da hepatite C e das vacinas terapêuticas e preventivas para a doença. Alan Kay, pesquisador associado do Centro Nacional de Pesquisa em Ciência, da França, falou sobre o ciclo de vida do vírus causador da hepatite B e do uso de modelos de infectividade celular.

                                                                  Gutemberg Brito

 

 Em sua apresentação, Stephen Locarnini alertou para as causas do desenvolvimento de resistência a medicamentos contra a hepatite B

A contribuição de Stephen Locarnini, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento Molecular do Laboratório Victoriano de Referência em Doenças Infecciosas, da Austrália, foi no âmbito do tratamento da hepatite B e da resistência às drogas. Segundo ele, o desenvolvimento de resistência está relacionado não só com as mudanças adaptativas do vírus sob terapia, mas também com características do paciente e do medicamento. “A estrutura química e a potência do antiviral, assim como a imunidade do paciente e seu comprometimento com o tratamento são fatores que também estão associados ao surgimento da resistência”, destacou. Ainda de acordo com Combet, para diminuir a resistência é necessário o incentivo do uso combinado de medicamentos e que haja parceria entre médicos e cientistas para estimular os governos a desenvolver pesquisas na área.

Debate sobre estudos em curso

Na segunda parte do evento, quatro estudantes de pós-graduação do Laboratório de Virologia Molecular apresentaram e debateram as pesquisas que estão desenvolvendo. Para Selma Gomes, receber pesquisadores estrangeiros em um evento que propiciou intercâmbio científico e aproximação entre pesquisadores de renome internacional e estudantes foi muito positivo. “Ter os grandes especialistas em hepatite no IOC, possibilitando que eles conheçam o trabalho que desenvolvemos e dando oportunidade para possíveis colaborações é uma satisfação muito grande”, declarou.

Os estudantes, Francisco Campello do Amaral Mello, Monique Branco Vieira, Bárbara Vieira do Lago e Nora Martel - aluna de doutorado em co-tutela internacional e representada pelo orientador Alan Kay, tiveram suas pesquisas apreciadas pelos especialistas convidados. Para a estudante de mestrado Bárbara Vieira do Lago, as considerações dos especialistas serão importantes não só para a conclusão do trabalho, como também servirão como exercício da atividade científica. “Apesar da ansiedade e do nervosismo, a oportunidade de expormos nosso trabalho para especialistas internacionais abre portas para colaborações futuras”, disse. “Além disso, ver meu trabalho sendo validado e reconhecido por pessoas de renome do mundo científico faz crescer a vontade de produzir com qualidade para o meu país”, concluiu.

                                                                Gutemberg Brito

 

Bárbara Vieira do Lago afirmou que a oportunidade de expor o trabalho para especialistas internacionais poderá abrir portas para futuras colaborações 

“As discussões sobre os nossos projetos de pesquisa trouxeram outras ideias e perspectivas”, afirmou Monique Vieira Branco. “O olhar crítico e diferenciado para o trabalho nos permitiu analisar a partir de um espectro bem mais amplo os meios pelos quais podemos atingir os nossos objetivos”, completou.

Marina Schneider

03/03/10

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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