Publicada em: 27/07/2011 às 11:27
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28/07: Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais
Jornalismo

Nesta quinta-feira, 28 de julho, é comemorado o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. As Hepatites Virais são doenças causadas mais comumente pelos vírus da hepatite tipos A, B, C, D ou E, que provocam inflamação no fígado. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 1 milhão de mortes por ano são atribuídas às hepatites virais. O vírus da hepatite B (HBV) e hepatite C (HCV) são as principais causas de câncer de fígado no mundo, correspondendo a 78% dos casos.

Pesquisadora do Laboratório de Hepatites Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Lia Lewis, ressalta a importância da data e lembra que é preciso sensibilizar a população de que a hepatites virais são um problema de saúde pública global. “O Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites é de extrema importância, pois visa levar informação, fazer a divulgação desta doença que atinge milhões de pessoas no mundo e que, em alguns casos, o portador não sabe que está infectado com o vírus”, destaca.

A pesquisadora conta que trata-se de uma doença silenciosa: o vírus age por décadas sem manifestar sintomas e, por isso, muitas vezes, a busca por orientações médicas é demorada. “Sem o diagnóstico e tratamento adequados, muitos casos evoluem para quadros mais graves. Então, é necessário orientar as pessoas sobre as formas de prevenção”, defende a pesquisadora. “Como as hepatites podem ser causadas por cinco tipos de vírus diferentes, as estratégias de prevenção são específicas para cada um. No caso da hepatite A, que é causada pela ingestão de alimentos ou água contaminadas, o saneamento básico e o escoamento correto da água são as formas mais importantes para prevenção. As hepatite B e C podem ser transmitidas por via parenteral, percutânea, transmissão sexual e vertical (mãe-filho), apesar da transmissão sexual do VHC também ser possível, é menos comum. Nestes casos, o uso de preservativos nas relações sexuais é  principal forma de prevenção. Além disso, é preciso evitar o uso coletivo de objetos cortantes, como alicates de unha, por exemplo, e compartilhamento de seringas entre usuários de drogas”, explica. “A hepatite B também pode ser prevenida por meio de vacinação, disponível no SUS, conforme padronização do Programa Nacional de Imunizações. Ela está disponível para jovens até 24 anos e para pessoas com maior risco de exposição a doença como manicures, pedicures, podólogos, tatuadores, caminhoneiros, entre outros”, acrescenta a pesquisadora.

Diagnóstico Precoce: desafio

Para Lia Lewis, o principal desafio enfrentado no combate das hepatites é a dificuldade para realização do diagnóstico precoce. “Por ser uma doença silenciosa, torna-se um desafio realizar o diagnóstico precoce da doença. Ao mesmo tempo, quanto mais cedo for o diagnóstico daqueles que são portadores e que necessitam de tratamento, melhor, porque alguns casos de hepatite evoluem para cirrose ou para o câncer de fígado. Com o diagnóstico precoce é possível evitar que evoluam para essas formas”, orienta a pesquisadora. “Por isso, é necessário orientar e incentivar as pessoas para realização do teste rápido para detecção de hepatites B e C. O novo exame identifica as doenças em 30 minutos. Antes, com o teste convencional, o resultado poderia demorar de 30 a 90 dias para ser conhecido pelo paciente”, completa.

Desde 2002, o Ambulatório de Hepatites Virais do IOC mantem o Programa de Diagnóstico Precoce das Hepatites Agudas do Estado do Rio de Janeiro, que atua como referência para o Programa de Hepatites Virais da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, para detecção precoce dos casos de hepatites agudas virais no município.

“Há um ano utilizamos o teste rápido para hepatite A, B e C. A idéia é acelerar o diagnóstico precoce, o que fazemos nos casos agudos. Este teste é importante porque se a estivermos diante de um paciente grave, que precisa ser imediatamente internado, podemos informar no laudo esses resultados preliminares”, afirma a pesquisadora.

O Ambulatório oferece também atendimento especializado e atende aproximadamente 300 pacientes mensalmente e oferece atendimento público para investigação e tratamento clínico das diferentes hepatites virais. O atendimento também contempla outros Programas, sempre mediante encaminhamento do serviço de saúde básico: Programa de Acompanhamento do perfil Bioquímico e Sorológico para o Vírus da Hepatite C em Profissionais de Saúde com Acidente Biológico, e Programa de Avaliação e Esclarecimento das Hepatites Virais. Além disso, o Ambulatório possui um programa voltado para Doadores e Contactantes, que presta assistência ambulatorial e promove medidas preventivas.

 Cristiane Albuquerque

27/07/11

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).


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