Publicada em: 28/11/2011 às 15:59 |
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Desafios contemporâneos da doença de Chagas na Amazônia A transmissão da doença de Chagas por rotas alternativas, como a ingestão de alimentos contaminados, vem ganhando espaço como preocupação em saúde pública. Pacientes diagnosticados recentemente com quadro agudo da doença de Chagas no Pará levaram à convocação de uma verdadeira força tarefa para esclarecimento da origem dos casos. Pesquisadores do Instituto Oswaldo cruz (IOC/Fiocruz) participam da iniciativa.
Foto: Lab. de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos/IOC
Colaboração entre especialistas de diversas instituições é a aposta para elucidação dos casos Como uma das principais suspeitas é a transmissão por via oral da doença, o trabalho foi desenvolvido nas Ilhas de Combu, região onde se concentra grande parte da plantação de açaí consumido na capital paraense. Além de realizarem o georreferenciamento das casas da comunidade, os pesquisadores fizeram inquéritos da fauna e da população local, coletando quase duas mil amostras humanas e dezenas de amostras animais. Para Elenild Góes, coordenadora estadual do programa de doença de Chagas, o protocolo superou as expectativas. “Nosso trabalho foi estendido a outras ilhas do arquipélago e, em certas localidades, superamos 100% do planejado. A própria população solicitou o aumento da área de abrangência do estudo”, enfatizou.
O Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos iniciou o estudo sobre os elementos de motivação e agregação de equipes multi-profissionais e inter-disciplinares necessárias para ações educativas de amplo espectro, associadas a projetos de pesquisa em campo. A maior parte dos membros da equipe que trabalhou na ilha do Combu foi entrevistada pela bolsista Cristina Borges e pela pesquisadora Tania Araújo Jorge, estando os dados em fase de análise. Elias Lorosa, pesquisador do Laboratório Nacional e Internacional de Taxonomia de Triatomíneos, coordenou a equipe de mapeamento de vetores e ficou impressionado com o alto número de barbeiros capturados nas armadilhas montadas. “Nunca vi tamanha densidade de barbeiros num mesmo nicho”, afirmou. Mais de 100 profissionais de cerca de 18 instituições completaram a equipe que trabalhou na realização da segunda parte da pesquisa. Palestras sobre manipulação correta de alimentos, orientações sobre a doença e inquéritos entomológicos e ambientais foram realizados para os participantes, em um intercâmbio de saberes, e para os moradores das ilhas. Vinicius Ferreira 28/11/2011 Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)
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