Publicada em: 11/05/2012 às 12:57 |
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Práticas educativas em dengue Estudo mapeou percepções de professores e profissionais de saúde do município de Itaboraí (RJ) sobre práticas educativas na prevenção da doença Foram analisados 40 livros didáticos (de 113 livros didáticos indicados pelas edições de 2008, 2009 e 2011 dos programas nacionais de livros didáticos) e 17 materiais educativos impressos, incluindo cartilhas, folders, panfletos e cartazes. Destes, 28 livros didáticos e 16 materiais educativos apresentaram imagens relacionadas à dengue, que foram analisadas separadamente. A área selecionada para o estudo inclui uma unidade de saúde, em atuação há dez anos na localidade (com 2.200 famílias cadastradas e uma equipe com 16 profissionais de saúde), e uma escola, (com 1.410 alunos, 27 professores, sete docentes de ciências e biologia). Foram realizadas entrevistas com 7 professores e 16 profissionais de saúde. “A dengue é uma doença extremamente relevante para ser discutida no nosso contexto, a nível nacional, inclusa no grupo das doenças negligenciadas que têm prevalência e ocorrência em países em desenvolvimento. Daí a importância da abordagem desse tema no espaço escolar, já que é um ambiente propício para estar construindo conhecimento a respeito da saúde”, avaliou Sheila.
Setor de Imagens do IOC
Livros didáticos e materiais impressos são importantes ferramentas utilizadas em ações educativas realizadas para auxílio à prevenção da dengue A análise sobre os livros didáticos concluiu que o tema da dengue é melhor contextualizado em coleções do Programa Nacional do Livro Didático de 2011 (PNLD 2011), em comparação a anos anteriores. As imagens são inseridas de forma mais adequada, com fonte, escala e legenda. “Não são apresentadas imagens grotescas relacionadas ao corpo e/ou sintomas, se comparadas com estudos prévios”, ressaltou Sheila. Em relação aos materiais impressos, considerou-se o esforço de produção, assim como a adequação da linguagem e layout para o público infantil. A qualidade gráfica foi classificada como razoável. Na etapa de entrevistas, os profissionais de saúde sugerem a utilização de políticas públicas para integrar a área da saúde com a da educação. “Os professores relatavam que a temática da dengue era uma questão que estava presente nas salas de aula, dentro do ensino de ciências e biologia, mas que eles se sentiam isolados nas suas ações. Relatavam que o trabalho poderia ser complementado com ações de outros setores e que outros profissionais poderiam colaborar, facilitando o trabalho”, destacou. O estudo revelou que a integração entre os setores da saúde e da educação para a realização das práticas educativas destinadas à prevenção e controle da dengue é insuficiente, e que os materiais educativos/ informativos impressos utilizam uma abordagem que se distancia do cotidiano daqueles que a utilizam. Além disso, a pesquisa constatou que o conteúdo relativo à dengue dá prioridade aos aspectos de controle, principalmente os de controle químico ou físico. “Nos livros didáticos aponta-se o predomínio de uma visão biomédica sobre a saúde e aspectos sobre sintomas, enquanto tratamento e diagnóstico da dengue foram expostos de forma superficial. O aperfeiçoamento de contextualização do tema e o emprego de imagens foram sinalizados nas coleções indicadas pelo PNLD/2011” alertou Sheila. Como proposições de melhorias, ela aponta: “A pesquisa indicou o aprimoramento dos critérios do PNLD e PNLEM (Programa Nacional do Livro para o Ensino Médio), visando corrigir erros e inadequações nos exemplares didáticos que abordam aspectos referentes ao tema, o desenvolvimento de ações educativas e materiais informativos em colaboração com a sociedade, auxiliando a contextualizar sua realidade e o aprimoramento de políticas públicas voltadas à formação de profissionais de saúde e professores”, concluiu.
Luciana Medina |
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