Publicada em: 11/05/2012 às 13:07 |
|||||||||
Especialistas norte-americanas falam sobre projetos de sucesso no Simpósio de Coleções Biológicas e Biodiversidade Em mesa redonda, pesquisadoras do Instituto Butantan e da Universidade Federal do Paraná discutiram problemas na gestão de coleções biológicas no país
Peter Ilicciev
Christiane Weirauch, da Universidade da Califórnia, apresentou o PBI, banco de dados online que cruza informações de exemplares de percevejo coletados na América do Norte Já Carol Butler, chefe de coleções no Museu Nacional de História Natural Smithsonian, em Washington, Estados Unidos, destacou a necessidade de investimentos na área. “Quem não é da Ciência, como nós, não entende a importância das coleções”, contou. Carol e sua equipe administram um acervo com 126 milhões de exemplares onde 80% são biológicos - e vão de esqueletos de baleia a mosquitos. “Um importante passo para defender nosso acervo foi realizar um levantamento das coleções e redefini-las. Antes, estavam separadas por unidades administrativas e eram 30. Desdobramos para 266”, explicou a pesquisadora. A partir daí, a equipe as analisou segundo alguns critérios, como relevância, disponibilidade de informações e raridade. “Traçamos um diagnóstico preciso sobre quais coleções importantes estavam sendo deixadas de lado. Porque isso é algo em que devemos pensar. Todas as coleções são importantes”, disse Carol.
A pesquisadora exibiu, ainda, fotos da infra-estrutura do Smithsonian, como Laboratórios e salas de armazenamento de acervos, projetadas para proteger os exemplares de terremotos e enchentes. Darci Battesti, do Instituto Butantan, em São Paulo, comparou a realidade norte-americana com a brasileira. Ela relembrou o episódio do incêndio que, em 2010, destruiu a maior coleção de cobras do país e uma das mais importantes do mundo. A especialista contou que os acervos estavam armazenados de forma equivocada e que os laboratórios contavam com pouquíssima infra-estrutura. “Recebi emails do mundo inteiro. Aquilo foi um vexame nacional”, disse. Após a reforma, as dependências foram modernizadas. Sobre o assunto, Luciane Marinoni, do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), assinalou que há mais de 150 instituições no Brasil com problemas de infraestrutura. “O Butantan ‘precisou’ passar por esse acidente para conseguir a atenção das autoridades. E as outras?”, questionou.
De acordo com a pesquisadora, falta integração entre os especialistas e as instituições. “Nós temos que entender que apenas em conjunto conseguiremos conquistas para a área. Enquanto Sociedade Brasileira de Zoologia, por exemplo, somos capazes de demandar e cobrar as instituições responsáveis pelo fomento. A luta não pode ser individual, precisa ser institucional”, reforçou Luciane.
Isadora Marinho |
|||||||||