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OMS assume protagonismo no combate às doenças negligenciadas

Dentre os “Desafios para o Próximo Milênio” estipulados pela Organização das Nações Unidas (ONU) no início dos anos 2000, o controle de doenças negligenciadas como a tuberculose e a malária aparece como uma das principais metas relativas à melhoria da saúde ao redor do globo. Com a aproximação de 2015, prazo final imposto pela ONU, a Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu um plano de combate a estes e outros agravos tropicais, com o objetivo de acelerar o cumprimento das antigas metas e estabelecer novas, intitulado “Trabalho de aceleração para reduzir o impacto global das doenças tropicais negligenciadas – um roteiro para implementação”, na tradução livre. Em conferência, nesta segunda-feira, 24 de setembro, durante o Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária, o representante do Departamento de Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS, Jorge Alvar, apresentou as diretrizes do documento.

 “Um bilhão de pessoas estão sofrendo de doenças que podem ser prevenidas com estratégias simples, como quimioterapia preventiva. Estão sofrendo simplesmente porque são pobres. Isso é uma questão ética global”, sinalizou Alvar. De acordo com o médico, que também é pesquisador do Centro de Colaboração para Leishmanioses da OMS, a luta contra as doenças negligenciadas ganharam muitos aliados nos últimos anos. “Desenvolvemos novas ferramentas, novos conceitos e conquistamos apoio político nos países. Agora é a hora de integrar todo esse conhecimento e aplicá-lo de forma prática”, destacou Alvar.

Peter Ilicciev

A OMS assume protagonismo no cumprimento das metas para o novo milênio definidas pela ONU 

 O documento é baseado na "Declaração de Londres para Doenças Tropicais Negligenciadas", redigida após o histórico encontro que determinou, em janeiro de 2012, a criação de novas colaborações e formas de monitoramento das políticas aplicadas. Participaram as instâncias públicas e privadas comprometidas com programas da OMS com doações, como companhias farmacêuticas, a Fundação Bill & Melinda Gates, o Banco Mundial e chefes de estado de países desenvolvidos. “Por exemplo, não basta que a indústria farmacêutica doe medicamento para o tratamento de doenças. É preciso dispor de drogas para a preveni-las também”, explicou Alvar.
Para impulsionar o alcance das metas em prol da saúde, o roteiro prevê a expansão e a sustentação, por parte da OMS, dos programas de doação de medicamentos até 2020; alocamento de mais de US$ 785 milhões para apoio de medidas voltadas à eliminação de doenças e um maior intercâmbio entre experts comprometidos com o desenvolvimento de novos fármacos para os agravos negligenciados. Mas Alvar lembra que a atuação dos governos locais também é fundamental neste momento. “Precisamos que os tomadores de decisão invistam na formação de recursos humanos especializados no combate e na prevenção de doenças negligenciadas, de forma a replicar nossas ações em seus territórios. Muito importante, também, é o fortalecimento de políticas públicas de saúde veterinária, uma vez que diversos animais domésticos são reservatórios de parasitas nocivos aos homens. Outra medida imprescindível é desenvolver perfis epidemiológicos apurados, com dados sobre distribuição e monitoramento que irão servir de base para OMS”, finalizou.

Peter Ilicciev

De acordo com Alvar, as doenças negligenciadas se tornaram uma questão ética global

 

Isadora Marinho

24/09/2012
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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