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Dispersão mundial da Doença de Chagas é destaque em conferência

Consultor da Organização Pan-americana de Saúde apresentou dados sobre o aumento no número de  casos em diversos países não endêmicos

Há seis anos, o número de latino-americanos que viaja para os países desenvolvidos aumentou. Devido a essa migração, segundo especialistas, a doença de Chagas, agravo característico do Hemisfério Ocidental, tem se tornado um problema de saúde global. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), dez milhões sofrem da forma crônica da doença, para a qual não existe cura. “A dispersão mundial da Doença de Chagas” foi o tema da conferência de Gabriel Schmunis, consultor em doenças transmissíveis pela Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), realizada no dia 24 de setembro, durante o XVIII Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária.

O especialista apresentou dados de imigrantes da Ásia, América Latina e Europa. “Uma das razões para o Tripanosoma cruzi chegar a esses lugares é por meio das pessoas infetadas pelo protozoário que viajam de avião ou até mesmo de navio”, explicou Schmunis. No Canadá, em 2006, 3,5% dos imigrantes foram infectados pelo T. cruzi. Já o Japão, recebeu, em 2007, 80 mil imigrantes do Brasil, 15 mil do Peru e 19 mil de outros países da América do Sul. Em 15 países da Europa, com exceção da Espanha, 2,9% imigrantes latino-americanos legalizados foram infectados com T. cruzi. Dos mais de um milhão de imigrantes que foram para a Espanha em 2008, oriundos de áreas endêmicas da América Latina, 2% foram potencialmente infectados e 17 mil podem vir a desenvolver a doença de Chagas.

Divulgação ICTMM

Para o especialista, a dispersão do T. cruzi se dá por meio das pessoas infetadas pelo protozoário que viajam de avião ou até mesmo de navio

Ainda, segundo dados apresentados pelo pesquisador, nos Estados Unidos, estima-se que 2% dos 17 milhões de imigrantes foram infectados em 2007 e que 65 mil podem desenvolver sintomas da doença. Para o consultor, são necessários investimentos a fim de conter o aumento do número de casos da doença. “Os governos devem implementar políticas públicas que atuem de forma efetiva para o controle de Chagas, com infraestrutura que assegure o diagnóstico e o tratamento de casos graves”, alertou.


Manoela Andrade
26/09/2012
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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