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V Fórum da Rede Proteômica discute novas diretrizes

Coordenado pelo IOC, evento homenageou a Faperj e comemorou os dez anos da rede, que hoje oferece a maior infraestrutura do país para pesquisas na área

Uma ideia na cabeça e um edital da Faperj na mão. Foi o que bastou para implementar, há dez anos, a Rede Protêomica do estado do Rio de Janeiro, que atualmente possui a maior infraestrutura de pesquisa do país na área. Na cerimônia de abertura da quinta edição do Fórum da Rede Proteômica, realizada nesta quinta-feira (29/11), a diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Tania Araújo-Jorge, o presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Gadelha, o coordenador do evento e chefe do Laboratório de Toxinologia do IOC, Jonas Perales, e a coordenadora da rede, Leila Lopes, homenagearam o presidente da Faperj, Ruy Marques. “Você levou a Ciência que se faz no Rio a outro patamar e devemos a você e à Faperj o início da rede”, disse Perales. Uma placa de reconhecimento pela contribuição à Ciência foi entregue ao presidente na ocasião.

 

Gutemberg Brito

O presidente da Faperj, Ruy Marques, recebeu uma placa de reconhecimento pela sua contribuição à Ciência no estado do Rio

 

O Fórum contou com mais de cem participantes e foi realizado nos dias 29 e 30 de novembro. Para Perales, o objetivo é reunir os resultados dos estudos em desenvolvimento pelas equipes de forma a promover um intercâmbio do conhecimento gerado. “Estamos falando de uma rede de muito sucesso, que produz muitos trabalhos de notável qualidade. A proteômica é uma ferramenta que fornece resultados muito precisos na análise de fenômenos biológicos variados”, explicou.

A diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, sinalizou que a rede tem muito a ensinar às outras áreas da pesquisa. “É um exemplo de integração federal, estadual e municipal e que comprova que trabalhar em conjunto dá certo tanto sob o ponto de vista metodológico como conceitual e institucional”, disse. Já Gadelha lembrou a contribuição do Programa de Desenvolvimento Tecnológico em Insumos para Saúde (PDTIS) da Fiocruz, que permitiu a instalação de uma plataforma proteômica na instituição. “A rede sempre encontrará na Fiocruz reforço e apoio consolidados no enfrentamento dos desafios”, garantiu.

De acordo com a coordenadora da rede, Leila Lopes, a produção de trabalhos em Proteômica cresceu dez vezes nos últimos cinco anos. A rede conta com cerca de 100 membros no estado, que vão de alunos da Iniciação Científica a pesquisadores atuando em instituições como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Instituto Nacional do Câncer (Inca), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e a própria Fundação Oswaldo Cruz.

Gutemberg Brito

 

 Os coordenadores da rede e do evento, respectivamente, Leila Lopes e Jonas Perales

Qual a pergunta biológica?

A palestra de abertura “Proteômica no Brasil: panorama atual e perspectivas” coube a Daniel Martins de Souza, pesquisador brasileiro que atua no Max-Planck-Institut für Psychiatrie e na Ludwig Maximilians Universität em Munique, na Alemanha. Souza idealizou e organizou a edição especial da revista científica Proteomics composta apenas por estudos desenvolvidos no nosso país, a Proteomics in Brazil, veiculada em outubro deste ano.

De acordo com o especialista, o Brasil está na contramão da tendência mundial: enquanto o número de publicações e o fator de impacto das principais revistas científicas da área caem, o Brasil percorre um trajeto ascendente, deixando para trás países como a Noruega, Dinamarca e Áustria. “Em congressos internacionais, vejo que não há novidades na área, pois muitos pesquisadores continuam concentrados em listar proteínas. É preciso encontrar aplicações biológicas que tornem os achados relevantes. Se perguntar, antes de publicar um artigo, se aquilo vai contribuir com a humanidade e a Ciência”, alertou.

Ainda de acordo com o pesquisador, o Brasil hoje tem condições de responder a uma variada gama de “perguntas biológicas” – prova disso é a diversidade de estudos publicados na Proteomics in Brazil, que abrangia desde câncer ao sistema nervoso, passando pelo parasita Trypanosoma cruzi, bactérias, análise estrutural e outros temas. “Além disso, é expressivo o número de colaborações entre laboratórios e técnicas variadas. Com a estrutura existente no Rio de Janeiro, pode-se pesquisar o que quiser em proteômica”, disse.

Souza encerrou a palestra dizendo que esta é a hora de aprender com o erro dos outros países e focar nas perguntas biológicas que possam apontar caminhos para mudanças efetivas para o homem e para a própria área. “Não é encontrar a cura do câncer, mas fazer uma descoberta que contribua com essa questão, por exemplo”, disse.

 

Isadora Marinho
30/11/2012
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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