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Fibrose Cística: Simpósio divulgou novidades na área

Profissionais de diversas áreas se reuniram no IOC para discutir terapias, aspectos nutricionais e o acompanhamento dos familiares no tratamento da doença

Na última quinta-feira, dia 29 de novembro, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) realizou a segunda edição do Simpósio IOC de Fibrose Cística. Dedicado ao debate em torno de uma doença que atinge 1,5 mil brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), o evento contou com a participação de pesquisadores, pneumologistas, pediatras, fisioterapeutas, geneticitas e representantes de associações sem fins lucrativos, que discutiram, durante todo o dia, as abordagens terapêuticas, os aspectos nutricionais e o acompanhamento dos familiares no tratamento da doença.

Para a pesquisadora do Laboratório de Genética Humana do IOC e uma das coordenadoras do evento, Giselda Cabello, a realização do simpósio é uma oportunidade para discutir o panorama atual da doença. “Quando estava defendendo a dissertação de mestrado, meu orientador perguntou: ‘Por que você quer pesquisar Fibrose Cística? Isso não dá dinheiro’. Eu respondi que tinha ficado motivada em trabalhar com essa doença e que seguiria em frente. E segui. Hoje estou aqui, realizando pela segunda vez esse evento, que visa debater o diagnóstico, a avaliação e o tratamento da doença”, declarou a pesquisadora.


Gutemberg Brito

O evento reuniu profissionais de diversas áreas para discutir terapias, aspectos nutricionais e o acompanhamento dos familiares no tratamento da Fibrose Cística

 

Em sua palestra sobre defeito genético e diagnóstico molecular da Fibrose Cística, Giselda Cabello apresentou as 22 mutações descobertas pelo Laboratório de Genética Humana do IOC, das quais 19 constam no painel de mutações do American College of Medical Genetics and Genomics - ACMG. Além disso, a especialista debateu as principais consequências das mutações que afetam a proteína CFTR, destacou os fatores genéticos modificadores da Fibrose Cística, e defendeu a importância do diagnóstico molecular da fibrose combinado à triagem neonatal. “Este tipo de estratégia permite que se identifique precocemente a mutação associada à doença, possibilitando o tratamento precoce e a utilização de terapias emergentes que corrigem o defeito básico”, defendeu.

Para destacar a importância do diagnóstico precoce da Fibrose Cística, o Simpósio contou com a participação do diretor do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (Iede), Ricardo Meirelles. Segundo ele, os exames precisam ser feitos entre o 3º e 5º dia de vida do bebê. “É muito importante conscientizar a mãe a levar a criança para fazer o teste nos primeiros dias de vida. Como em qualquer doença, quanto mais precoce o diagnóstico, mais rápido é o início do tratamento e, consequentemente, maiores são as chances de se ter uma vida com mais qualidade”, explicou Meirelles.

Novas terapias em debate

O tema ‘Novas terapias além da CFTR’ foi discutido pela pneumologista Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Mônica Firmida. A especialista ressaltou os pontos positivos e negativos de drogas terapêuticas como Genistein, Denufusol, Moli 1901 e Amiloride, e fez questão de destacar que as terapias não representam a cura do defeito bioquímico. “A terapia não cura a doença, mas prolonga e melhora  a vida dos pacientes fibrocísticos”, enfatizou.

Dando continuidade ao assunto, a fisioterapeuta Tatiane Andrade, da Associação Carioca de Assistência à Mucoviscidose – Fibrose Cística (ACAMRJ), apresentou a palestra ‘Educação de pacientes e familiares na adesão ao tratamento’. Com foco na importância da fisioterapia respiratória em pacientes com Fibrose Cística e na maior disseminação de informações referentes à doença, Tatiane assinalou que a atividade fisioterápica impede o acúmulo de secreções nos pulmões. Dessa forma, previne a colonização por diversos tipos de bactérias e evita, principalmente, o agravamento da doença. “Os alongamentos da musculatura respiratória para os pacientes com Fibrose são de extrema importância, pois previnem futuras deformidades torácicas”, explicou.

O II Simpósio IOC de Fibrose Cística contou também com a participação do diretor do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione, Ricardo Meireles; o presidente da ACAMRJ, Boris Najman; o geneticista e chefe do Laboratório de Genética Humana do IOC, Pedro Cabello; entre outros.

Kadu Cayres
30/11/2012
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