Publicada em: 08/03/2013 às 17:45 |
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Ano Acadêmico começa oficialmente no IOC No Dia Internacional da Mulher, a aula inaugural ‘Mulher, saúde e sociedade’ traz reflexões sobre a questão de gênero e inicia o Ano Acadêmico no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Especial: Abertura do Ano Acadêmico 2013 O Ano Acadêmico do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) começou com uma série de eventos e reuniu pesquisadores, discentes, docentes e demais membros da comunidade científica do IOC, nesta sexta-feira, 08 de março, no Auditório Arthur Neiva. Foram lançados o novo site da Revista ‘Memórias do Instituto Oswaldo Cruz’, a Série em ‘Biologia Celular e Molecular’ dos Cursos de Férias do IOC e o Guia do Estudante 2013. Durante o encontro, mestres e doutores titulados em 2012 nos seis Programas de Pós-graduação do IOC participaram da cerimônia de formatura. Também foi apresentada a modernização do parque instrumental do Ensino do IOC com a chegada de novos microscópios. Os participantes puderam assistir também à homenagem ao pesquisador Alexandre Peixoto, falecido em fevereiro. Durante a solenidade foi dado início oficial às atividades do Centro de Estudos com a aula inaugural ‘Mulher, saúde e sociedade’.
Gutemberg Brito
Atividades marcam Abertura do Ano Acadêmico no IOC
Reflexão de Gênero Simone Monteiro relembrou aos participantes que o conceito de gênero utilizado pelo movimento feminista buscou sua base teórica na antropologia e foi utilizado no contexto de luta pelos direitos das mulheres, visando aumentar as oportunidades sociais e superar obstáculos que as impediam de conquistar autonomia frente aos homens. “Como o contexto dessa época era o da industrialização e urbanização, as mulheres começaram a buscar mais o mercado de trabalho, a denunciar as desigualdades alertando sobre a menor participação das mulheres nas esferas de poder, menor poder econômico e maior vulnerabilidade social”, destacou. A pesquisadora lembrou também que a pílula anticoncepcional permitiu o controle da reprodução e trouxe liberdade sexual para a mulher. A especialista ressaltou como a questão de gênero pode ser um determinante social na saúde. Nessa perspectiva, o desafio é melhorar o acesso de homens e mulheres a serviços de qualidade em saúde. “As desigualdades também passam a ser consideradas como fatores determinantes sociais para doenças que podem ser evitadas”, lembrou.
Na perspectiva da relação entre gênero, saúde e trabalho, a pesquisadora Lúcia Rotenberg explicou que a prevalência de doenças psíquicas, como ansiedade e depressão, é de duas a três vezes maior em mulheres. “Como podemos pensar que o processo de socialização interfere na saúde mental e pode levar a um dado como este que reflete a maior prevalência dessas doenças em mulheres?”, indagou. A especialista ressaltou que embora tenhamos a impressão de que estamos mudando, ainda fazemos a vinculação de determinados atributos ao universo masculino e outros ao feminino, esperando-se determinados padrões de comportamento desses gêneros. “Isso faz parte da influência de valores construídos ao longo da socialização”, explicou. Lúcia Rotenberg afirmou que não faz sentido nos dias de hoje falar do feminino e masculino como uma dicotomia. “Temos que falar como essas relações de gênero se expressam no trabalho e as mulheres ainda são as principais responsáveis pela esfera doméstica, que persiste como atribuição feminina. Isso reflete a complexidade para atender às expectativas ligadas à família e a vida profissional”, pontuou. Diante da luta pela igualdade de gênero, a escolha do tema não foi proposital. De acordo com a diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge, as mulheres estão cada vez mais inseridas no Instituto e na pesquisa e representam, aproximadamente, 60% do seu quadro. “O nosso Instituto é muito feminino. Isso nos dá a percepção de que as mulheres podem e devem fazer a diferença. Para nós, fica a provocação de refletirmos ainda mais sobre a nossa condição”.
Novos mestres e doutores O formando Rômulo José Soares Bezerra, doutor pelo Programa de Pós-Graduação de Biologia Celular e Molecular, ressaltou a importância dos cursos Stricto sensu na formação de pesquisadores de ponta para o Brasil. “Durante esses quatro anos de intensa produção científica, desenvolvemos pesquisas importantes para a área de saúde pública do país”, finalizou.
Vanessa Sol
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