Publicada em: 12/04/2013 às 16:56 |
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PAPED comemora 70 anos Ciclo Carlos Chagas de Palestras relembra a história do Posto Avançado de Pesquisa Emmanuel Dias, em Bambuí, e sua influência no estudo da doença de Chagas
Gutemberg Brito
História do PAPED emociona público do Ciclo Carlos Chagas de Palestras Durante o evento, o pesquisador do Centro de Pesquisas René Rachou (CPqRR/ Fiocruz- Minas), João Carlos Pinto Dias, filho de Emmanuel Dias, lançou a pergunta “Por que comemorar os 70 anos do PAPED?”. Para responder a indagação, o pesquisador mostrou uma série de fotografias que comprovam a importância histórica do Posto no avanço das pesquisas sobre a doença de Chagas. As imagens contavam a trajetória das pesquisas na região mostrando a descoberta dos primeiros casos, da inauguração do CEPMC, do controle do vetor com a utilização do inseticida ‘gammexane’, do tratamento da cardiopatia chagásica crônica, da mobilização e formação de profissionais e a consolidação da vigilância epidemiológica a partir da década de 70. Contribuições do PAPED A coordenadora do evento e chefe do Laboratório de Biologia das Interações do IOC, Joseli Lannes, reafirmou a criação do PAPED como um marco para a ciência em função dos avanços nos estudos sobre a doença de Chagas. A pesquisadora destacou, no entanto, que os desafios continuam sendo o diagnóstico, o controle do vetor, a vigilância epidemiológica, o tratamento da doença chagásica crônica e a educação, informação e comunicação da doença para as populações em risco. “A doença de Chagas não pode ser negligenciada e a criação Ciclo Carlos Chagas de Palestras é uma forma de a Fiocruz dar o retorno científico a quem efetivamente precisa”, afirmou. A diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Tania Araújo-Jorge, ressaltou que a partir de eventos como Ciclo Carlos Chagas, é possível registrar fatos históricos da ciência e da saúde pública do país e da própria história da instituição. “Com a programação do Ciclo Carlos Chagas de Palestras, tivemos a oportunidade de atualizar uma série de aspectos sobre a doença e rever o nosso papel na história, além de identificar o que a nossa geração precisa fazer daqui para frente. Os momentos de celebração histórica são importantes para refletirmos e pensarmos sobre o futuro da pesquisa em doença de Chagas”, ressaltou. A pesquisadora Nísia Trindade Lima, vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação, representado o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, reiterou a importância do evento e ressaltou a influência do PAPED na evolução do estudo da doença de Chagas no país. “O Posto de Bambuí teve importância para os trabalhos sobre a doença de Chagas, com muitos desdobramentos científicos na construção do saber em saúde e biociências”, destacou. História e Ciência De acordo com Kropf, falar desta história é pensar sobre tradição de pesquisa e ciência, que é a ideia de produção de conhecimento de excelência, que tornou Carlos Chagas reconhecido internacionalmente por suas contribuições à medicina tropical, e, ao mesmo tempo, a busca por soluções concretas para os problemas de saúde da sociedade brasileira. “É a ideia de ciência para saúde do Brasil. É um olhar para a população que não pode ser negligenciada. É uma ciência que saí do laboratório para dar visibilidade aos problemas de saúde pública do país”, enfatizou.
Neste sentido, a pesquisadora lembrou que a contribuição do Posto na profilaxia do Triatoma infestans, conhecido popularmente conhecido como barbeiro, foi fundamental para identificação de casos na região e para a investigação da cardiopatia chagásica crônica, com a introdução da eletrocardiografia. A palestrante apontou, ainda, a contribuição do pesquisador Emmanuel Dias na mobilização dos médicos do interior e da população no combate à doença. “Em 1950, a partir da caracterização clínica da doença, inaugurou-se a campanha contra a doença de chagas. Emmanuel não se conformou somente com a campanha e fomentou a discussão da doença na agenda internacional, mobilizando, assim, médicos latino-americanos”, destacou Simone Kropf. O esforço foi reconhecido pela importância médico-social da doença com dois eventos: I Congresso Internacional sobre Doença de Chagas, em 1959, e a Reunião de Estudos sobre doença de Chagas em Washington, em 1960. A pesquisadora encerrou a palestra citando uma crônica do poeta Carlos Drummond de Andrade sobre o precoce falecimento de Emmanuel Dias, discípulo de Carlos Chagas no estudo da protozoologia, em que afirmou que o pesquisador “foi um cientista a serviço do homem”. Exposição e pôsteres
No encontro, a sessão de pôsteres exibiu cerca de 27 painéis, que passaram por uma comissão avaliadora. Os quatros melhores foram selecionados para apresentação oral. |
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