Publicada em: 16/05/2013 às 16:32 |
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Schatzmayr: uma contribuição para a ciência e a história O legado do eminente virologista, falecido em 2010, é lembrado pela comunidade científica do IOC durante a segunda edição do Simpósio que leva seu nome
Rodrigo Mexas
As pesquisadoras Monika Barth, esposa de Hermann Schatzmayr, Elba Lemos, coordenadora do evento, e Rita Nogueira, durante o II Simpósio Hermann Schatzmayr de Virologia Para lembrar o legado do eminente virologista, falecido em 2010, a comunidade científica do IOC e de outras instituições se reuniu entre os dias 13 e 15 de maio para o II Simpósio Hermann Schatzmayr de Virologia. Coordenadora do evento e pesquisadora do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do IOC, Elba Lemos, enfatizou que as atividades do Simpósio foram uma oportunidade importante para intensa troca de conhecimento e experiências. “O evento serviu para estimular o intercâmbio entre os participantes, além de permitir aos alunos a oportunidade de mostrarem os resultados de suas pesquisas para a comunidade científica”, avaliou.
Já o pesquisador José Rodrigues Coura, chefe do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC, ressaltou a atuação de Schatzmayr no desenvolvimento de sistemas de qualidade nos Laboratórios. “Tudo que temos hoje em relação à qualidade nos Laboratórios devemos à iniciativa do Hermann Schatzmayr”, afirmou. Além da atuação brilhante na pesquisa, o lado humano de Schatzmayr também foi lembrado pelo pesquisador Akira Homma, Presidente do Conselho Político e Estratégico de Bio-maguinhos (Fiocruz). “Ele foi uma pessoa muito humana e que gostava de ajudar os alunos e vê-los seguir em frente. Esse é o grande legado de Hermann Schatzmayr”, declarou Homma. Outro problema levantado pelo pesquisador é o poliovírus derivado vacinal que, através de mutações genômicas, pode causar a doença. O poliovírus foi identificado no Haiti e na República Dominicana, despertando a atenção da OMS sobre a possibilidade de novos surtos em áreas com baixa cobertura. “Para esse problema, a solução é a própria vacina, que combaterá o vírus originado dela”, explicou. O especialista lembrou ainda que, na década de 90, as Américas ganharam da Organização Mundial de Saúde (OMS) o certificado de erradicação da doença e no Brasil o último caso foi identificado em 1989.
O vírus da influenza e seu histórico foi o tema de debate da chefe do Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo do IOC, Marilda Siqueira. Segundo a especialista, a ocorrência vírus Influenza tem sido descrita em surtos de gripe de diferentes momentos da história, como a Gripe Espanhola, em 1918; a Asiática, em 1957; a Hong Kong, em 1968; e as mais recentes como a Aviária, em 2007; e Suína, em 2009. A pesquisadora explicou, ainda, que as vacinas contra o vírus Influenza precisam ser revistas anualmente em função diferença das cepas circulantes em cada ano. “Quando a Organização Mundial de Saúde libera as cepas a serem usadas nas vacinas do próximo ano, é uma corrida contra o tempo não só para quem está nos laboratórios pesquisando, mas também para quem faz a vigilância e para a indústria”, explicou. De acordo com Marilda Siqueira, o Brasil vem adotando modelos de vigilância de síndrome gripal e também de vigilância de síndrome respiratória aguda grave, que vai contar com 119 unidades de saúde para monitorar os pacientes com agravos respiratórios. O pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e do Escritório Regional de Mato Grosso do Sul da Fiocruz, Rivaldo Venâncio, apresentou a situação atual e perspectivas da dengue no Brasil, pontuou os determinantes sociológicos da doença e destacou as inovações tecnológicas que atuam na eliminação da dengue, como a bactéria Wolbachia, que impede a transmissão do vírus da doença. O pesquisador afirmou ser inadmissível as mortes provocadas pela doença. “Do ponto de vista epidemiológico, a doença é previsível, mas as mortes podem ser evitadas”, finalizou. |
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