Publicada em: 25/03/2014 às 13:30 |
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Leônidas e Maria Deane: companheiros de vida e profissão A paixão do casal pela ciência não ficava restrita apenas aos laboratórios e às pesquisas. Ambos tinham vontade e vocação para incentivar a formação de novos pesquisadores :: Leônidas Deane: uma vida dedicada à ciência A pesquisadora Ana Jansen, do Laboratório de Biologia de Tripanossomatídeos do IOC, conheceu o casal nessa época e teve um convívio especial com ambos. Amiga da família, ela explica como era a relação dos dois: “A Maria e o Leônidas tinham personalidades completamente diferentes. Ela era ousada, aguerrida. Já ele era pacífico, tímido inclusive, mas sempre foram muito parceiros e cúmplices. Até nos momentos de lazer, eles falavam sobre ciência”, lembrou Ana.
Arquivo pessoal
O casal Deane, na casa em Santa Teresa projetada por Oscar Niemeyer, onde viveram no Rio de Janeiro Único neto do casal, Camilo Deane define como “maravilhosa” a sua experiência com os avós: “Eu fui criado por eles e a nossa convivência foi fantástica. A minha avó era uma espécie de 'xerife' e mais dedicada a casa, enquanto meu avô tinha mais ternura e era ligado à questão do conhecimento. Desde criança, por exemplo, ele já me mostrava o ciclo dos mosquitos e outras curiosidades, sempre disposto a ensinar”, disse. “A relação dos meus avós era de muito amor e companheirismo. Eles trabalharam juntos, se casaram e realmente construíram um lar”, acrescentou Camilo. A paixão do casal pela ciência não ficava restrita apenas aos laboratórios e às pesquisas. Ambos tinham vontade e vocação para incentivar a formação de novos pesquisadores, mesmo aqueles não habituados com o ambiente científico. Marcos Lima, que trabalhou como motorista do casal de 1982 a 1994 é a tradução desse desejo. Atualmente técnico do Laboratório de Biologia de Tripanossomatídeos do IOC, ele conta que o apoio Do casal foi essencial para a sua escolha profissional: “Enquanto trabalhei como motorista para eles, eu costumava levá-los para a Fiocruz e ficava impressionado com os laboratórios porque nunca tinha tido contato com o mundo cientifico. Com o tempo comecei a ler mais sobre o assunto e eles me incentivaram a voltar a estudar”, contou. “Os dois foram os avós que eu não tive e uma grande influência para a minha vida. O que eu sou hoje agradeço muito a eles, que sempre me apoiaram, e a nossa convivência foi fundamental para isso”, concluiu Marcos. Leônidas Deane faleceu em 30 de janeiro de 1993, e Maria José Deane morreu em 13 de agosto de 1995. A atuação de ambos foi primordial para o desenvolvimento de diversos estudos e melhor compreensão das doenças, principalmente a malária e leishmaniose visceral, rendendo-lhes diversas homenagens em agradecimento à sua contribuição para a saúde pública nacional.
Paula Netto |
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