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Estratégias para pesquisas em neurociências

Na abertura do seminário 'Fiocruz-Aviesan', pesquisadores do Brasil e da França ressaltaram a importância de estruturar projetos na área e destacaram o aumento da frequência de doenças neurológicas e psiquiátricas na população

 

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Segundo a Organização Mundial da Saúde, as doenças neurológicas e psiquiátricas afetam cerca de 700 milhões de pessoas no mundo e, entre todas as patologias, são as que têm o maior custo, por se tratarem de enfermidades crônicas e debilitantes. As formas como Brasil e França estão organizando suas redes de pesquisa em neurociência para enfrentar este desafio e a importância da parceria científica entre os dois países na área foram o tema central da abertura do encontro “Fiocruz-Aviesan: Seminar on Neuroscience”, que começou nesta segunda-feira, dia 5 de maio.

A cerimônia de abertura contou com a participação do presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Gadelha; do coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, Paulo Buss; do cônsul-geral da França no Rio de Janeiro, Brice Roquefeuil; do diretor de Relações Internacionais do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França (Inserm, na sigla em francês), Philippe Ahrets; e do diretor do Instituto Temático Multiorganismo de Neurociência da França, Etienne Hirsch. O encontro é promovido pela Fiocruz em parceria com a Aviesan (Aliança Nacional para as Ciências da Vida e da Saúde), que reúne as principais instituições francesas de pesquisa biomédica.

 

 Gutemberg Brito

 A partir da esquerda, Etienne Hirsch, Brice Roquefueil, Paulo Gadelha, Philippe Ahrets e Paulo Buss na abertura do seminário

 

O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, lembrou que o envelhecimento da população torna o tema cada vez mais importante no Brasil, já que doenças como Alzheimer e Parkinson atingem principalmente idosos. Em 2030, haverá mais brasileiros acima de 60 anos do que com menos de 14. Neste contexto, a Fiocruz foi escolhida pelo Ministério da Saúde para coordenar a criação de um Instituto Nacional de Neurociências. O projeto executivo para a construção de um prédio na Zona Portuária carioca foi doado pelo governo do Rio de Janeiro para Fundação e agora passa por ajustes para ser submetido à licitação.

“Estamos em um momento de confluência de apoio e iniciativa que vai acelerar o projeto. Já existem centros de pesquisa em neurociência importantes no país, mas nós temos o objetivo de fazer pesquisa translacional, transformando conhecimento em produtos da área de saúde, além de participar da construção de políticas públicas”, afirmou Gadelha.

Organizador do seminário Fiocruz-Aviesan, o diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Wilson Savino, explicou que a primeira etapa do Programa Fiocruz de Neurociência (FioNeuro) foi o mapeamento dos projetos já existentes. O levantamento foi concluído no começo deste ano e identificou 60 trabalhos. A próxima fase será o financiamento de iniciativas na área, com verba da própria Fiocruz. A chamada para inscrição de propostas será aberta ainda em 2014, e os recursos devem ser liberados a partir de 2015.

“Além de promover a discussão científica, o encontro Fiocruz-Aviesan é uma oportunidade para criar parcerias em neurociência. Queremos construir projetos binacionais, preferencialmente envolvendo redes de laboratórios, e teremos recursos para financiar o início destes trabalhos”, disse Savino, lembrando que na quarta-feira, dia 7, em evento fechado, um workshop será realizado para a elaboração de propostas de pesquisa em conjunto.

 Gutemberg Brito

 O diretor do IOC, Wilson Savino, lembrou que parceria entre Fiocruz e instituições francesas é antiga: “cooperação com Inserm completará 25 anos em 2015”

Na França, o Instituto Multiorganismo de Neurociência, Ciências Cognitivas, Neurologia e Psiquiatria reúne as principais instituições de pesquisa da área, com o objetivo de coordenar os trabalhos desenvolvidos e facilitar a obtenção de recursos e financiamentos. Segundo o diretor do órgão, Etienne Hirsch, as doenças do cérebro afetam um terço dos europeus e o custo destas patologias chega a 800 bilhões de euros por ano na União Europeia. O neurobiólogo afirma que o trabalho multidisciplinar é fundamental para avançar nas pesquisas.

“Entender o funcionamento do cérebro é tão importante quanto desvendar a origem do universo ou da vida. Sem isso, é inútil tentar entender as doenças neurológicas e psiquiátricas. Por isso, pesquisadores de ciência básica e clínicos precisam trabalhar juntos. Na França, até mesmo engenheiros são incluídos nas pesquisas, porque tratar doenças do sistema nervoso envolve, por exemplo, construir interfaces cérebro-máquina”, ressaltou Hirsch.

Maíra Menezes
06/05/2014
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