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Rudolf Barth

 Rudolf Barth
Dr. Rudolf Barth nasceu em 30 de março de 1913 na cidade de Dortmund, Alemanha, terceiro filho, o mais novo, do pastor luterano Friedrich Christian Barth e de Lina Barth. Freqüentou o ginásio na cidade de Wesel (1923-1926) e o segundo grau em Tecklenburg (1926-1932), onde o pastor e sua família moraram num castelo no meio de um lago. Pastor Barth escrevia prosa e era grande amante da natureza, pela qual tinha devoção profunda. Rudolf herdou do pai este amor pela vida. Perdendo seu pai aos quatorze anos de idade, este nunca deixou de ser seu ídolo intelectual.

Rudolf gostava de fazer longos passeios de bicicleta para apreciar a natureza. Parava ao longo dos caminhos, observando flora e fauna em detalhes, em dias de chuva e em dias de sol. Numa destas incursões durante o verão, ao lado de um lago, em paisagem bucólica da planície do norte da Alemanha, encontrou sua futura esposa (Lilli Charlotte Wilhelmine Meyer), ambos aos dezessete anos de idade. Casaram-se em 1938, após a conclusão de seus estudos. Seria uma união para sempre. Nasceu a primeira filha, Ortrud Monika Barth, em 1939, e o segundo filho, Ulrich Barth em 1943.

Estudou Zoologia na Universidade de Bonn (1932-1935), obtendo em 1937 o grau de doutor em Zoologia da Universidade de Bonn, sob a orientação do Prof. A. Reichensperger. Seu primeiro emprego (1938-1948) foi o de Chefe Regional da Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, ficando sediado na cidade de Domaueschingen, no sul da Alemanha.

Estourou a II Guerra Mundial, tendo sido convocado logo no início para a artilharia. Foi com seu pelotão para a França. Ao nascer sua primeira filha, teve licença de visitar a família por cerca duas semanas. Decorrido este tempo, não voltou mais ao pelotão por ter sido exterminado. Assim a filha salvou a vida do pai.

Durante a guerra, sediado em Berlim, estudou Física Teórica na Universidade de Berlim (1941) e Meteorologia em Berlim e Lueben, cidade próxima (1941-1942). Quando trabalhava como meteorologista no aeroporto de Berlim, ficou soterrado durante um dos ataques aéreos ao aeroporto, levando a seqüela de claustrofobia pelo resto de sua vida. Foi prisioneiro dos ingleses num campo de concentração na Dinamarca, onde foi infectado pelo agente da malária, provavelmente proveniente do norte da África. Sofreu muitos anos com esta doença, até que fossem desenvolvidos medicamentos mais eficazes que, pelo final dos anos cinqüenta, encerraram os acessos febris. Terminada a guerra, entregou suas armas e voltou a pé para casa.

Conseguiu emprego como Conselheiro Científico da firma Boehringer-Ingelheim (1948-1949). No ínterim (1945-1948), escreveu sua primeira grande obra "Der Einbaendige Brehm", resumindo num único volume o conteúdo dos treze volumes do compêndio de Zoologia "Brehms Tierleben".

Sonhando com a vida nos trópicos e desiludido pela guerra, Rudolf e Lilli Barth resolveram emigrar com seus dois filhos. Na época, os países que procuravam imigrantes eram a Austrália, África do Sul e o Brasil. No Rio de Janeiro, vivia há longos anos seu irmão mais velho (Hans Christian Barth), que tinha sido enviado à filial da firma Bayer por ocasião se seu treinamento como agente de vendas. Este proporcionou a vinda da família. Embarcaram em dezembro de 1949 no porto de Hamburgo no navio de guerra brasileiro Duque de Caxias. Nos grandes dormitórios (de 500 a 1000 camas triliches), mulheres com crianças e homens de uma leva de mil famílias de engenheiros alemães viajavam separados, comiam separados. Elas sentadas, eles em pé, em turnos diferentes; havia água doce para elas e as crianças, água salgada para os homens, mas todos estavam cheios de esperança.

Na manhã do dia seis de janeiro de 1950, sob um sol escaldante seguido de forte temporal, a família desembarcou no cais da Praça Mauá.

Trazendo uma carta de seu ex-orientador, Prof. Reichensperger, para seu colega de pesquisas, Padre Thomas Borgmeier, franciscano do Convento Santo Antônio no Rio de Janeiro e especialista em formigas, Rudolf. Barth foi por este apresentado ao então Diretor do Instituto Oswaldo Cruz, Dr. Olympio da Fonseca. Em março de 1950 ingressa por meio de uma bolsa do Ministério da Saúde como cientista no Instituto Oswaldo Cruz, do qual nunca mais se desvinculou. Rudolf Barth publicou mais de 190 artigos científicos. Ele faleceu em 1978.

 

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