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Revista 'Memórias': nova edição disponível online

Alerta sobre avanço de doença transmitida por caramujos, identificação de mecanismo inédito em bactérias E. faecalis, pesquisa sobre gastroenterites virais e avaliação de modelo de estudo de antirretrovirais são alguns destaques da edição

Um artigo publicado na revista ‘Memórias do Instituto Oswaldo Cruz’ alerta para o avanço da meningite eosinofílica no Brasil, com casos já registrados nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do país. A doença é causada pelo parasito Angiostrongylus cantonensis, transmitido por moluscos, incluindo o caramujo africano. Os autores do estudo ressaltam que a situação exige atenção dos profissionais de saúde para o diagnóstico e cuidados da população para a prevenção. Outro destaque desta edição das ‘Memórias’ é uma pesquisa que investiga a resposta das bactérias Enterococcus faecalis ao estresse oxidativo e identifica, de forma inédita, um mecanismo de regulação similar ao encontrado em Escherichia coli. A publicação traz também um estudo sobre a frequência de agentes virais em crianças internadas por gastroenterite aguda. O trabalho aponta que a vacinação contra rotavírus foi seguida por um aumento das infecções entéricas provocadas por outros patógenos. Na seção de ‘short communications’, a revista apresenta ainda uma avaliação do uso de hamsteres como modelo para o estudo de efeitos colaterais de drogas antirretrovirais. Segundo os pesquisadores, esta pode ser uma alternativa interessante para ensaios pré-clínicos de medicamentos contra Aids. A edição de junho da revista 'Memórias do Instituto Oswaldo Cruz' já está disponível online. Para acessar gratuitamente, clique aqui.

Meningite eosinofílica se espalha pelo Brasil
Transmitida principalmente por moluscos, incluindo o caramujo africano, a meningite eosinofílica avança no Brasil. O alerta é feito por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e da Tailândia em um artigo de revisão da literatura sobre o assunto, que apresenta também um passo a passo para diagnóstico e as opções para o tratamento da doença. A infecção causada pelo parasito Angiostrongylus cantonensis é típica da Ásia. No entanto, segundo os autores, desde que o primeiro caso foi registrado no Brasil, em 2006, a patologia já foi diagnosticada em seis estados, atingindo as regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Além disso, vetores contaminados foram encontrados em onze estados, alcançando também a região Norte do país. O estudo aponta que a gravidade da doença aumenta quando há demora no diagnóstico: cada dia de dor de cabeça prolongada eleva em 26% a chance de o paciente entrar em coma. Clique aqui para saber mais sobre a pesquisa. Acesse o artigo.

Pesquisa identifica mecanismo inédito em Enterococcus faecalis
As bactérias Enterococcus faecalis são encontradas normalmente no intestino dos seres humanos, mas também podem causar doenças, especialmente em pacientes imunodeprimidos. Um estudo de pesquisadores da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul investiga um mecanismo que pode estar ligado à virulência deste patógeno e à forma como ele consegue superar as defesas do organismo hospedeiro para infectá-lo e colonizá-lo. No trabalho, os cientistas descrevem como sistema de síntese de aglomerados de ferro e enxofre (Fe-S) destas bactérias responde ao estresse oxidativo, com o aumento da assimilação de enxofre. De forma inédita, a pesquisa identifica nas bactérias gram positivas E. faecalis um mecanismo de regulação semelhante ao encontrado nas bactérias gram negativas Escherichia coli. Leia o estudo.

Importância dos agentes virais nas internações por gastroenterite
Em 2006, o Brasil incluiu a vacina contra o rotavírus no Programa Nacional de Imunizações. No Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a vacinação fez cair em 44% o número de internações de crianças com gastroenterite aguda. No entanto, um novo estudo mostra que os vírus continuam tendo um papel importante na doença. Os pesquisadores analisaram 225 casos registrados na unidade entre 2010 e 2011 e identificaram agentes virais em 26% deles. Os patógenos mais frequentes foram os adenovírus e os norovírus. Antes responsáveis por 30% das hospitalizações, os rotavírus foram encontrados em apenas 6% dos pacientes. Os pesquisadores afirmam que a queda das infecções por rotavírus foi seguida pelo aumento na frequência de outros patógenos e recomendam a adoção de métodos de investigação laboratorial de rotina nos casos de gastroenterite aguda para guiar as medidas de prevenção e tratamento. Confira a pesquisa.

Hamster pode ser modelo para avaliar efeitos adversos de antirretrovirais
Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de São Paulo aponta que hamsteres podem ser um modelo interessante para o estudo de efeitos colaterais das drogas antirretrovirais. Em experimentos realizados com a administração de Idinavir, um antirretroviral da classe dos inibidores de protease, os animais desenvolveram reações adversas semelhantes às que ocorrem em pacientes. Foram observados aumento dos níveis de triglicerídeos, colesterol e glicose no sangue, além de alterações histopatológicas e redução da expectativa de vida. No artigo, os autores lembram que os efeitos colaterais das medicações são o principal motivo para a não adesão ao tratamento da Aids. A taxa de abandono da terapia chega a 25% no Brasil, o que, segundo os cientistas, torna urgente o desenvolvimento de modelos para avaliar as reações adversas antes da aprovação das drogas para uso clínico. Acesse o estudo.

Maíra Menezes
16/07/2014
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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