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Contribuições de Alexandre Peixoto são destaque em revista

Artigo publicado no periódico ‘Infection, Genetics and Evolution’ apresenta principais análises do pesquisador do IOC, falecido precocemente em 2013

Em 2013, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) perdeu um de seus mais eminentes pesquisadores, o especialista em genética de insetos Alexandre Peixoto. À frente do Laboratório de Biologia Molecular de Insetos, o pesquisador dedicou-se à Pesquisa e ao Ensino, deixando como legado estudos sobre insetos vetores de doenças tropicais, com ênfase na genética molecular e evolutiva do comportamento de flebotomíneos (vetores das leishmanioses) e de mosquitos vetores da dengue, febre amarela, filariose e malária.

Em reconhecimento às contribuições de Peixoto à ciência, Charalambos Kyriacou, professor da Universidade de Leicester, no Reino Unido, destacou as colaborações do especialista em artigo publicado no periódico científico internacional ‘Infection, Genetics and Evolution’. A parceria surgiu quando Alexandre estava para concluir o mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ) e se interessou pelos artigos de Charalambos sobre genética molecular de insetos. A partir disso, escreveu uma carta ao professor, vindo a conquistar uma vaga de doutorado em Leicester. Intitulado ‘Sex and rhythms in sandflies and mosquitoes: An appreciation of the work of Alexandre Afranio Peixoto’, o estudo, que apresenta uma revisão do trabalho de Alexandre, está disponível para consulta gratuita na web. Confira, clique aqui.

Lutzomyia longipalpis e suas características genéticas

Além de descrever as diversas fases da trajetória científica de Alexandre Peixoto, o artigo apresenta a pesquisa em genética de populações por meio do comportamento sexual do flebotomíneo Lutzomyia longipalpis, principal vetor da leishmaniose visceral nas Américas. Este estudo é baseado nos sinais acústicos produzidos pelos machos de L. longipalpis durante a cópula. Analisando os sons de diferentes populações e, posteriormente, a diferenciação molecular em genes associados ao controle deste som na Drosophila melanogaster – utilizada como modelo genético -, a pesquisa verificou que L. longipalpis constitui um complexo de espécies crípticas no Brasil, ou seja, um grupo de espécies morfologicamente idênticas mas geneticamente distintas.

Ritmos circadianos

Charalambos apresenta ainda as investigações realizadas por Alexandre em torno da genética molecular dos ritmos circadianos. Com períodos de aproximadamente 24 horas, os ritmos circadianos funcionam como base do ciclo biológico dos seres vivos, regulando a sua fisiologia e comportamento. A pesquisa levou em consideração a influência que esses ritmos possuem sobre atividades pontuais como alimentação, reprodução e sono dos insetos vetores, e a importância deste comportamento para a transmissão de patógenos. Peixoto utilizou as bases genéticas da Drosophila melanogaster como modelo e verificou que os padrões de atividade apresentados pelos insetos são controlados por um relógio biológico interno que também está sob controle genético. Com base nessa pesquisa, foi possível identificar as estruturas que controlam a expressão rítmica dos genes do relógio. De acordo com Charalambos, o estudo dos ciclos circadianos é fundamental para a compreensão de diversos aspectos da fisiologia e do comportamento dos insetos.

Clique aqui e confira a íntegra do artigo.


Lucas Rocha
17/09/2014
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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