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IOC celebra os 25 anos da Citometria de Fluxo no Brasil

Conferência com Howard Shapiro, pesquisador norte americano e referência para o tema, marcou o evento realizado em novembro

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) reuniu pesquisadores, estudantes e especialistas de diversas regiões do Brasil, para celebrar os 25 anos da Citometria de Fluxo no país. Promovido pela Plataforma de Citometria de Fluxo do IOC, o evento foi realizado no dia 25 de novembro. Estiveram presentes na abertura do encontro, o vice-diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC, Hugo Caire de Castro Faria Neto; os pesquisadores do IOC e coordenadores da Plataforma do Instituto, Álvaro Luiz Bertho e Andrea Henriques-Pons; o coordenador do Programa de Desenvolvimento de Insumos para a Saúde (PDTIS) e da Rede de Plataformas Tecnológicas da Fiocruz, Wim Degrave; o coordenador da Plataforma PDTIS/RJ, Geraldo Pereira; e a coordenadora do Departamento de Apoio Técnico e Tecnológico (DATT/IOC), Thereza Christina Benévolo de Andrade. “Este evento destaca uma área em que o IOC é pioneiro. Além de uma visita ao passado, este encontro ressalta também as conquistas recentes de uma tecnologia que contribui efetivamente para estudos em diversas esferas do conhecimento”, destacou Hugo.

Gutemberg Brito

Hugo Caire destacou o pioneirismo do IOC diante da Citometria de Fluxo

Um pouco de história
A história dos ‘25 anos de Citometria de Fluxo no IOC e no Brasil’ foi regatada pelo pesquisador do Laboratório de Imunoparasitologia do Instituto, Álvaro Luiz Bertho. Como o primeiro citometrista de fluxo do país, Bertho lembrou dos primeiros passos da área, como a chegada do primeiro citômetro no Instituto, em novembro de 1988. “Por ser pioneiro, o IOC enfrentou alguns desafios na implantação da Citometria. Padronizamos protocolos, capacitamos profissionais e identificamos as habilidades operacionais e possíveis aplicações da tecnologia”, afirmou Bertho. “Além dos laboratórios da Fundação, outras instituições foram beneficiadas com o uso do equipamento, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a Universidade de São Paulo (USP)”, acrescentou.

Bertho apresentou ainda o crescimento da área na década de 1990, destacando a parceria para pesquisas sobre o HIV, com o então Departamento de Imunologia do IOC, a análise de células de pacientes com leucemia junto ao INCA e o recebimento de novos equipamentos. “Com o intuito aprimorar e oferecer melhores serviços, a partir da implantação das Plataformas Multiusuário, foi criada, na década de 2000, a Plataforma de Citometria de Fluxo do IOC que atualmente conta com dois núcleos: de Citometria de Fluxo de Análise Multiparamétrica e o núcleo de Citometria de Fluxo de Purificação Celular, sorting”, afirmou.

Avanços e contribuições da citometria
Para abordar sobre o desenvolvimento e o avanço da pesquisa com o apoio da Citometria, o encontro recebeu o pesquisador do Hospital Beth Israel, em Boston (EUA), e diretor do Center for Microbial Cytometry de West Newton, Howard Shapiro. Durante a conferência ‘Growing Up and Growing Old in Cytometry’, Shapiro, que é autor do livro ‘Protocols in Flow Cytometry’, referência para os estudos na área, afirmou que para encontrar respostas em citometria é preciso começar pelas informações básicas sobre o tema. “Existe uma preocupação muito grande com equipamentos, mas a essência da citometria está nas células. Atualmente, é possível coletar mais dados do que precisamos. Quando se tem tantas informações pode ser difícil separar o que é importante do que não é”, destacou.

Gutemberg Brito

Autor referência sobre o tema, Howard Shapiro apresentou os avanços da ciência com base na Citometria de Fluxo

Durante a conferência, Shapiro falou ainda sobre sua longa jornada de colaboração para a Citometria. Os estudos acerca da continuidade da mitose das células após a morte, em 1957; o desenvolvimento de um microscópio em parceria com o National Cancer Institute (vinculado ao National Institutes of Health – NIH), dez anos depois; e o auxílio da técnica para o diagnóstico de malária, foram alguns dos temas em destaque.

Integração de saberes
Para discutir o panorama nacional da área, o encontro reuniu, em mesa-redonda mediada por Álvaro Bertho, os coordenadores das Plataformas de Citometria de Fluxo da Fiocruz, Andréa Henriques-Pons, pesquisadora do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC; Geraldo Pereira, pesquisador do Laboratório de Microbiologia Celular do Instituto (PDTIS/RJ); Olindo Assis Marins Filho (PDTIS/CPqRR/MG); Jorge Clarêncio (PDTIS/CPqGM/BA); a pós-doutoranda Maria Carolina Castro (PDTIS/CPqAM/PE) – representando a coordenação; e o coordenador da Plataforma de Citometria de Fluxo da UFRJ, Alberto Nóbrega. Na ocasião, os especialistas apresentaram o funcionamento, as atividades e as características principais dos seus respectivos locais de atuação. “Conseguimos integrar em um mesmo evento o ensino, a pesquisa e a tecnologia. Foi uma oportunidade única para a integração de saberes: da conferência com uma sumidade da Citometria mundial, ao encontro das plataformas de vários locais do Brasil. A partir dessa troca, detectamos problemas, descobrimos novas perspectivas e poderemos avançar na busca de melhorias”, ressaltou concluiu Álvaro.

Homenagem
A celebração dos 25 anos da Citometria de Fluxo no Brasil contou ainda com homenagem a Sérgio Coutinho, ex-pesquisador e diretor do IOC entre os anos de 1989 e 1993, pela sua contribuição para a implantação do primeiro citômetro de fluxo do país, recebido no IOC no final da década de 1980. “É um prazer estar novamente no Instituto e receber essa homenagem. Comecei a me interessar em Citometria de Fluxo quando eu estava em Los Angeles trabalhando em imunologia. A partir da visualização de novos procedimentos, percebemos que era o momento de dar um salto em Imunologia Celular no IOC, o que abriu espaço para a Citometria”, concluiu.


Lucas Rocha
26/11/2014
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