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Fiocruz e Instituto Pasteur vão formar laboratórios internacionais mistos

Em encontro na sede da Fiocruz, diretor da Rede Internacional de Institutos Pasteur debateu estratégias de colaboração. Negociações para criar centro de pesquisa conjunto inédito no Brasil avançam

A parceria histórica entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Pasteur, da França, ficará ainda mais forte a partir do segundo semestre de 2015. Será lançando um edital para selecionar propostas de parceria entre pesquisadores das duas instituições, formando laboratórios internacionais mistos. Inicialmente, esses laboratórios serão custeados por um período de quatro anos. “Nesta etapa, laboratórios da Fiocruz e do Pasteur poderão se unir para desenvolver projetos conjuntos. Planejamos um financiamento de cerca de € 40 mil por ano, que será concedido pelas duas instituições, para que os profissionais possam viajar e custear as pesquisas”, disse o diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e coordenador executivo do comitê Fiocruz-Pasteur, Wilson Savino, durante encontro internacional realizado na última segunda-feira (15/12) na sede da Fundação, no Rio de Janeiro.

O diretor da Rede Internacional dos Institutos Pasteur, Marc Jouan, acrescentou que a seleção deve ser aberta para todas as áreas de pesquisa. “Para nós, o importante é a qualidade científica e a prioridade dos temas para a saúde pública. Estamos muito empenhados nesta colaboração, que pode alcançar não apenas os laboratórios da Fiocruz no Rio de Janeiro, mas também unidades da Fundação em outros estados do Brasil”, declarou.

Foto: Peter Ilicciev

Delegações da Fiocruz e do Instituto Pasteur se reuniram para discutir estratégias para intensificar colaboração

Projetos em andamento
Antes da reunião para discutir estratégias de parceria, Jouan visitou laboratórios do IOC que já desenvolvem projetos em parceria com instituições francesas. No Laboratório de Transmissores de Hematozoários, ele conheceu projetos que são desenvolvidos em cooperação com o próprio Instituto Pasteur. Entre outros exemplos, o chefe do laboratório, Ricardo Lourenço de Oliveira, citou as pesquisas sobre o vírus chikungunya, que são realizadas em parceria com cientistas do Instituto Pasteur de Paris e com apoio financeiro da instituição. No começo do ano, o trabalho originou o primeiro artigo científico que revelou a capacidade de mosquitos de dez países das Américas, entre eles o Brasil, em transmitir o patógeno. “Temos uma colaboração intensa com o Instituto Pasteur. No caso do chikungunya, a cooperação foi fundamental para os testes de competência vetorial, pois, naquele momento, ainda não podíamos realizar estes experimentos no Brasil”, explicou o pesquisador.

Após as visitas, Jouan destacou a excelência das pesquisas desenvolvidas na Fiocruz e reforçou o interesse francês em avançar cada vez mais na cooperação. Ele lembrou que as duas instituições têm um histórico de parceria e acrescentou que a Fundação é a única instituição brasileira a integrar a Rede Internacional dos Institutos Pasteur, que atualmente conta com 32 centros de pesquisa em 25 países. “A Fiocruz é um dos nossos maiores parceiros, com quem compartilhamos valores e história. Agora, este é o nosso futuro”, afirmou.

Foto: Peter Ilicciev

O insetário do Laboratório de Transmissores de Hematozoários do IOC foi um dos locais visitados por Marc Jouan

Unidade física
Parte do plano para estreitar a colaboração bilateral, as discussões para a criação de uma unidade mista Fiocruz-Pasteur, que teria sede no Brasil, estão avançadas. Segundo o vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, a possibilidade de construção de uma estrutura física para sediar uma unidade internacional de pesquisa será discutida a partir da experiência com os laboratórios internacionais mistos. Ele afirmou que as duas instituições estão presentes em diferentes países e podem ter uma atuação complementar. “Uma associação Pasteur-Fiocruz resulta em uma das maiores redes internacionais de centros de pesquisa especializados em saúde no mundo. Juntar estas duas instituições contribuirá para o progresso da ciência, da tecnologia e da diplomacia da saúde mundial”, enfatizou.

Encontro científico
Para promover a troca de experiências entre os pesquisadores das duas instituições, um simpósio Fiocruz-Pasteur também foi marcado para o próximo ano. O encontro científico será realizado no campus da Fiocruz no Rio de Janeiro, na primeira semana de junho. O evento terá como tema dois assuntos destacados como interesses comuns: doenças infecciosas e neurociência. Além disso, a programação fará parte do calendário de ações comemorativas pelos 115 anos da Fiocruz e do IOC, celebrados em maio de 2015.

Maíra Menezes
18/12/2014
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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