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Brasil e França: parceria científica

1º Simpósio Fiocruz-Pasteur marcou a oficialização de plataforma técnico-científica-educacional entre a Fiocruz, o Instituto Pasteur e a Universidade de São Paulo. Assista ao vídeo

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Realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o ‘1º Simpósio Fiocruz-Pasteur’ reuniu pesquisadores e estudantes de diversos centros de pesquisa, nos dias 8 e 9 de junho, para discutirem sobre doenças infecciosas, neurociências e bioinformática. O destaque foi a assinatura de um dos mais importantes acordos de cooperação científica internacional já realizado no Brasil: será estabelecida uma plataforma técnico-científica-educacional em comum entre a Fiocruz, a Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Pasteur. A cooperação prevê ainda a construção de uma unidade no país do Pasteur. [Clique aqui para saber mais]

Assista, abaixo, à cobertura em vídeo do Simpósio:

A cerimônia de abertura contou com a participação de Wilson Savino, diretor do IOC e coordenador executivo do programa Fiocruz-Pasteur, Daniel Scott-Algara, representante do Instituto Pasteur, e Rodrigo Stabeli, vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz.

Savino destacou que a parceria entre a Fiocruz e o Instituto Pasteur é de longa data. “Ela vem desde a origem da Fundação, uma vez que o próprio Oswaldo Cruz estudou lá. É muito importante que estes institutos continuem a realizar pesquisas em saúde e a formar recursos humanos”. Daniel e Stabeli chamaram a atenção para as futuras possibilidades de intercâmbio de conhecimento que o evento poderia gerar, ainda mais após a oficialização da cooperação franco-brasileira que seria assinada horas mais tarde.

Mesas-redondas

Vinte e três palestras, divididas em cinco mesas-redondas movimentaram os dois dias do Simpósio, em torno de temas como bioinformática, doenças infecciosas e neurociências. As discussões tiveram início com o pesquisador Paulo Zanotto, na sessão sobre bioinformática. O especialista do Instituto de Ciências Biomédicas da USP falou sobre a modelagem matemática usada durante epidemia de dengue em 2013, no Guarujá, em São Paulo. Em seguida, o pesquisador do IOC, Wim Degrave, ministrou palestra sobre a importância do Programa Integrado das Redes Ômicas e Computação Científica na Saúde e Ambiente (ROCC/Fiocruz). “Temos uma grande variedade de tecnologias disponíveis na Fiocruz que podem ser usadas para estimular a formação de recursos humanos e a geração de conhecimento, produtos e serviços em áreas como bioinformática, biologia computacional, tecnologias ‘ômicas’, dentre outras”, completou.

Já Magnus Fontes, do Instituto Pasteur de Paris, apresentou a relevância de se utilizar essa ferramenta tecnológica para todo tipo de pesquisa científica atual. “Estamos falando em inglês neste evento, mas a verdadeira linguagem da ciência é a matemática”, frisou. Ana Tereza Vasconcelos, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em Petrópolis, ministrou palestra sobre a experiência do LNCC com o uso de ferramentas de bioinformática para análises de genoma.

Gutemberg Brito

O Simpósio reuniu pesquisadores de diversos centros de pesquisa e abordou doenças infecciosas, neurociências e bioinformática

Doenças infecciosas

Tópico de maior destaque do simpósio, as doenças infecciosas foram debatidas por diversos especialistas e ganhou espaço em três sessões. Malária, leishmanioses, doença de Chagas, tuberculose, AIDS, dengue e chikungunya foram amplamente debatidas pelo público e palestrantes. Do Laboratório de Imunofarmacologia do IOC, que coopera com o Instituto Pasteur em estudos sobre o dano cognitivo associado à malária e à sepse, Patrícia Reis falou sobre perdas cognitivas associadas à infecções. “Durante a sepse é possível observar que são ativadas células micróglias que podem contribuir para a neuroinflamação e declínio cognitivo. O mesmo pode ser observado durante uma infecção por malária”, explicou a pesquisadora.

Ainda no primeiro dia de evento, José Henrique Pilotto, do Laboratório de AIDS e Imunologia Molecular, falou sobre co-infecção de tuberculose em pacientes HIV positivo. O pesquisador alertou para a seriedade do problema no Brasil, que ocupa o 17º lugar no ranking de 22 países que apresentada elevada incidência de tuberculose no mundo. “A tuberculose é a infecção oportunista mais comum dentre pacientes infectados pelo HIV no Brasil. Apesar da considerável redução no número de casos de tuberculose entre pacientes soropositivos tratados com terapia antirretroviral altamente ativa, estudo mostram que a infecção pelo HIV ainda tem substancial impacto na mortalidade por tuberculose no contexto do amplo acesso à terapia”, apontou.
Flavia Barreto, pesquisadora do Laboratório de Flavivírus do IOC, palestrou sobre a ameaça da chegada da chikungunya em um país que já possui quadro endêmico para dengue e lembrou que esse vírus, além de ser transmitido pelo Aedes aegypti, também pode ter o mosquito Aedes albopictus como vetor, o que facilita a expansão da doença. “Mesmo que seja menos letal que a dengue, a chikungunya pode causar problemas de saúde persistentes. A dengue é mais severa, enquanto chikungunya é mais debilitante”, concluiu.

Gutemberg Brito

Durante os dois dias, o evento lotou o auditório da Fiocruz

A palestra de Ricardo Lourenço, do Laboratório de Transmissores de Hematozoários, seguiu a mesma temática. O pesquisador falou sobre os vetores da doença nas Américas. Em colaboração com o Instituto Pasteur, Ricardo publicou, em 2014, um estudo que comprovava, pela primeira vez, que mosquitos Aedes aegypit e Aedes albopictus de dez países do continente americano são altamente capazes de transmitir chikungunya. “Diferentemente do que acontece com febre amarela e dengue, com o vírus chikungunya, quase todos os mosquitos analisados eram capazes de transmitir o vírus”, enfatizou.

Palestras sobre neurociências também fizeram parte da programação do ‘1º Simpósio Fiocruz-Pasteur’, que atraiu mais de uma centena de participantes. “Foram dois dias de intensa atividade. É muito gratificante ver que, tanto estudantes quanto pesquisadores, tiveram a oportunidade de trocar experiências e conhecer estudos científicos realizados aqui e no exterior”, comemorou Wilson Savino.

10/06/2015
Fernanda Turino
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