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Semana da Pós-graduação: produção científica e relações de trabalho e estudo deram tom ao 2º dia de atividades

A desigualdade no número de artigos científicos por regiões do país e o debate sobre assédio moral e violência no trabalho foram alguns dos temas

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Uma centena de futuros mestres e doutores participaram intensamente do segundo dia de atividades da Semana da Pós-graduação Stricto sensu do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). [Clique aqui e saiba mais sobre o primeiro dia]. Com a palestra ‘Realidade e perspectivas da Ciência no Brasil’, o diretor de Metrologia Aplicada às Ciências da Vida, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), Wanderley de Souza, chamou atenção para a discrepância no número de grupos e linhas de pesquisa, pesquisadores, estudantes e técnicos existentes nas cinco regiões do país. O evento integra as atividades de greve da Fundação.

Segundo ele, o protagonismo do sudeste, sul e nordeste em relação às regiões norte e centro-oeste pode ser confirmado diante do levantamento realizado entre 2009 e 2012. “Na região centro-oeste temos somente oito pesquisadores na categoria 1A do CNPq, enquanto no Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) temos mais de vinte. O governo precisa investir na formação de pesquisadores em áreas menos favorecidas. A diferença é muito grande”, comentou. Alcançam o nível 1A os especialistas que liderem grupos de pesquisa consolidados e que demonstrem excelência continuada na produção científica e na formação de recursos humanos.

Wanderley destacou também os números da produção de artigos científicos e de registros de patentes no Brasil. “As instituições acadêmicas respondem por noventa e oito por cento da produção científica e do registro de patentes”, enfatizou.

Foto: Kadu Cayres

O diretor de Metrologia Aplicada às Ciências da Vida do INMETRO chamou atenção para a discrepância no número de grupos e linhas de pesquisa, pesquisadores, estudantes e técnicos existentes nas cinco regiões do país


No que diz respeito aos destaques do Brasil na publicação de artigos, o destaque vai para as áreas de parasitologia, enfermagem, agricultura, laticínios e odontologia, com números que vão de dois a cinco mil artigos somente no período de 2009 a 2013. Souza apontou ainda o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) como as principais fontes financiadoras da pesquisa no país. “Juntos, eles investem quase R$ 20 bilhões”, contabilizou.

A atual crise econômica pela qual o país está passando também foi assunto abordado por Wanderley, que apresentou os principais problemas enfrentados pelas agências de fomento brasileiras. “A crise começa quando se aumenta o número de pesquisadores e se esquece de aumentar a quantidade de bolsas”, finalizou.

Harmonia no ambiente de trabalho é destaque de mesa-redonda

Com o objetivo de promover a valorização das relações entre os diferentes colaboradores e estudantes da Fiocruz, o segundo dia de atividades também contou com mesa-redonda sobre assédio moral e sexual no ambiente de trabalho. Para falar sobre o assunto, estiveram presentes Andréa Carvalho, chefe do Departamento de Desenvolvimento de Recursos Humanos (Direh) da Fiocruz; Marcela Vieira, analista de gestão em saúde da Ouvidoria Fiocruz; e Valber Frutuoso, vice-diretor de Gestão e Desenvolvimento Institucional do IOC, que atuou como mediador da mesa.

De acordo com Valber, a discussão do tema no evento voltado para os estudantes é pertinente devido ao processo de formação acadêmico e profissional desenvolvido ao longo da pós-graduação. “Este encontro é apenas o início de uma ampla discussão que inclui as relações interpessoais, a gestão de pessoas, as regras institucionais e a formação de profissionais. Refletir sobre essas questões é fundamental para a construção de relações institucionais mais humanizadas, com base no respeito mútuo e na ética”, destacou.

Foto: Lucas Rocha

Encontro priorizou a importância do diálogo e da cooperação como estratégias de harmonização das relações institucionais


Durante o encontro, as convidadas caracterizaram as situações que podem acontecer no trabalho, como conflito e assédios moral e sexual. Segundo Andrea, a principal diferença entre assédio e conflito está na incidência. “O assédio moral ou sexual é uma conduta abusiva recorrente, manifestada por palavras, atos e gestos que afetam a dignidade e a saúde física e mental do outro. A maioria das demandas recebidas se caracteriza como conflito, geralmente baseados nas diferenças culturais, profissionais e/ou de visão e que tendem a ser resolvidos com diálogo”, explicou.

Segundo Marcela, a política de prevenção e enfrentamento ao assédio moral e sexual tem como princípios o respeito nas relações de trabalho, o cumprimento das normais institucionais de forma igual pelos colaboradores, a cooperação de todos os envolvidos e a transparência. “Além de trabalhar com o acolhimento e a proteção de quem decide fazer uma queixa, a equipe da Ouvidoria Fiocruz também atua na mediação dos casos. Nossos profissionais estão disponíveis para acolher demandas de qualquer colaborador da Fiocruz, seja pesquisador ou estudante, servidor, terceirizado ou bolsista”, completou.

Apoio

Atualmente, a Fiocruz conta com instâncias que atuam de forma conjunta para garantir os direitos de seus colaboradores e reforçar a busca pela harmonização do ambiente de trabalho. A Diretoria de Recursos Humanos e o Setor de RH de cada Unidade da Fiocruz, a Ouvidoria Fiocruz, o Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc-SN), o Núcleo de Saúde do Trabalhador (Nust) e o Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, funcionam como pontos de apoio no recebimento de demandas e esclarecimento de dúvidas. Lançada em 2014, a cartilha ‘Assédio Moral e Sexual no Trabalho: prevenção e enfrentamento na Fiocruz’ também é um importante instrumento institucional que traz todas as informações sobre o tema. Clique aqui e confira.

Kadu Cayres e Lucas Rocha
01/09/2015
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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