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Diagnóstico simultâneo de zika, dengue e chikungunya

Kit idealizado pelo IOC permitirá acelerar os resultados e reduzir o custo dos exames. Ministério da Saúde vai encomendar 500 mil kits da Fiocruz

A Fiocruz divulgou, em coletiva de imprensa com o Ministério da Saúde (MS) neste sábado (16/01), uma inovação que permitirá realizar o diagnóstico simultâneo de zika, dengue e chikungunya em casos suspeitos. A novidade vai garantir maior agilidade para o diagnóstico realizado na rede de laboratórios do Ministério da Saúde, além de reduzir os custos e permitir a substituição de insumos estrangeiros por um produto nacional. A inovação foi idealizada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e desenvolvida em parceria com o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), com o apoio do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz - Paraná), do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco) e do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). O Ministério da Saúde anunciou a encomenda de 500 mil kits.

IOC/Fiocruz

Anúncio foi feito em visita do Ministro da Saúde, Marcelo Castro, à sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro


Atualmente, o diagnóstico do vírus zika é realizado por técnicas moleculares, com uso da técnica de RT-PCR em Tempo Real, que identifica a presença do material genético do vírus na amostra. São usados reagentes importados e, para descartar a presença dos vírus dengue e chikungunya, é necessário realizar cada exame separadamente. O Kit NAT Discriminatório para Dengue, Zika e Chikungunya permite realizar a identificação simultânea do material genético dos três vírus. Além de evitar a necessidade de três testes separados, o kit oferece uma combinação pronta de reagentes, acelerando a análise das amostras e a liberação dos resultados.

“Temos satisfação em entregar esta inovação à sociedade brasileira. Estamos mobilizados para responder à grave situação do vírus zika e da microcefalia, e esta é parte importante dos nossos esforços”, disse o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, acrescentando que a ação é resultado do esforço do Gabinete Para o Enfrentamento à Emergência Epidemiológica em Saúde Pública da Fiocruz.

IOC/Fiocruz

Equipe do Laboratório de Flavivírus do IOC recebeu a visita do Ministro da Saúde, Marcelo Castro e do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha


A virologista Ana Bispo, chefe do Laboratório de Flavivírus do IOC/Fiocruz, idealizou o projeto a partir de uma demanda concreta. “Como serviço de referência, sabemos os desafios e oportunidades de melhoria para o trabalho de diagnóstico laboratorial. Em novembro, surgiu a ideia de que, se um kit pudesse, ao mesmo tempo, verificar a presença dos vírus zika, dengue e chikungunya, poderíamos poupar tempo, além de simplificar o processo. Outro motivo é que os sintomas das três doenças nem sempre são claros, levando à necessidade de processar as amostras para mais de um vírus. Sem contar que a simultaneidade no processamento das amostras é fundamental em regiões onde os vírus circulam ao mesmo tempo, reforçando a vigilância epidemiológica dessas três viroses de grande impacto na saúde pública. Estamos felizes que a ideia foi abraçada por parceiros tão competentes e que em breve estará disponível na rede de laboratórios centrais de saúde pública,”, completou.

Essa é a segunda contribuição relevante do Laboratório em relação ao tema: em novembro de 2015, o grupo confirmou de forma inédita a presença do vírus zika no líquido amniótico de duas gestantes com fetos com microcefalia. Na época, a evidência foi primordial para direcionar as investigações iniciais sobre o vírus zika e sua correlação com a microcefalia.

“Desenvolvemos um produto que já agrega boas práticas de fabricação. Com esse teste, o Brasil ficaria livre da dependência de importações. Além disso, seremos capazes de fornecer os insumos para a preparação das amostras, oferecer o treinamento de equipes e realizar assistência técnica”, afirmou o vice-diretor da Fiocruz Paraná, Marco Krieger. “Ficamos contentes em conseguir desenvolver esse kit em tão pouco tempo para conseguir responder com agilidade a esse grave problema em saúde pública”, enfatizou Rita Rampazzo, também do IBMP e uma das colaboradoras no desenvolvimento do novo kit.

IOC/Fiocruz

A estimativa de custo para realização do diagnóstico é de U$20 por teste, o que pode representar uma economia de mais de 50% aos cofres públicos


Os kits poderiam entrar em produção quase imediata, já que a fabricação de reagentes da Fiocruz atende à hemorrede brasileira na confecção dos testes kit Nat, oferecidos em 100% dos bancos públicos brasileiros e que agilizam a identificação dos vírus HIV e da hepatite C no sangue. A produção e nacionalização dos kits poderá representar uma economia de mais de 50% aos cofres públicos, pois atualmente os insumos são obtidos de fornecedores internacionais. A estimativa de custo para realização do diagnóstico é de U$20 por teste. O teste permite o diagnóstico durante a manifestação dos sintomas clínicos destas infecções. O kit é versátil, podendo ser usado para o diagnóstico laboratorial dos três vírus, para dois ou para cada um separadamente.


16/01/2016
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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