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OMS incentiva novas estratégias de controle do Aedes

Uso da bactéria Wolbachia, que norteia o projeto científico ‘Eliminar a Dengue: Desafio Brasil’, está entre as medidas citadas pela entidade

No contexto de enfrentamento do vírus Zika, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revisou, na última sexta-feita (18/03), o apoio dado às novas estratégias de controle do mosquito Aedes aegypti. Dentre as iniciativas destacadas pela entidade está o uso da bactéria Wolbachia, tema do projeto científico ‘Eliminar a Dengue: Desafio Brasil’, que é trazido ao país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

No documento publicado pela OMS, é reconhecido que, quando introduzida na população de Aedes aegypti, a bactéria Wolbachia é capaz de reduzir a transmissão de arboviroses pelo vetor. A Organização recomenda a implantação planejada desse projeto piloto acompanhada por um monitoramento. Das cinco ferramentas de controle do vetor mencionadas no texto, a Wolbachia está entre os dois projetos que têm essa recomendação. Previamente, em um comunicado publicado em fevereiro, a OMS já apontava o uso da bactéria Wolbachia como um método 'promissor'.

O projeto ‘Eliminar a Dengue: Desafio Brasil’ estuda o uso da bactéria Wolbachia como uma alternativa natural, segura e autossustentável para controle de doenças virais, como parte de um esforço de pesquisa internacional envolvendo Austrália, Brasil, Vietnã, Indonésia e Colômbia. O grupo de cientistas do programa internacional ‘Eliminar a Dengue: Nosso Desafio’ comprovou em laboratório que, quando inserida no mosquito Aedes aegypti, a bactéria Wolbachia é capaz de reduzir a transmissão dos vírus dengue e da febre amarela (que são da mesma família Flaviviridae) e do vírus Chikungunya (que pertence à família Togaviridae). Recentemente, também foi demonstrado que a Wolbachia atua sobre o vírus Zika, que pertence à mesma família dos vírus dengue e da febre amarela.

A Wolbachia é passada naturalmente da mãe para os filhotes. Assim, é esperado que, quando mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia são liberados em determinada localidade, por meio da reprodução com os mosquitos que vivem na região, as próximas gerações já nasçam com a bactéria. Este é um diferencial do projeto, pois garante sua autossustentabilidade. Atualmente, o projeto realiza estudos em dois bairros parceiros: Tubiacanga, na Ilha do Governador, na cidade do Rio, e de Jurujuba, em Niterói. A iniciativa não usa nenhum tipo de modificação genética e não tem fins lucrativos.

Lucas Rocha
Atualizado em 21/03/2016
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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