Publicada em: 23/06/2016 às 10:13 |
||||||
H1N1: situação no Brasil está dentro do previsto Com a chegada do inverno e das Olimpíadas, pesquisadores alertam para os cuidados básicos de higiene, que podem salvar vidas
Foto: Gutemberg Brito
Marilda Siqueira e Fernando Motta atuam no Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz Fernando Motta, vice-chefe e pesquisador do mesmo Laboratório, explica que os dados sobre influenza no Brasil são destinados a orientar profissionais da saúde sobre o comportamento do vírus no país. “O aumento no número de notificações pode estar relacionado a uma ampliação dos esforços do Ministério da Saúde para expandir a Rede de Vigilância para Influenza, no sentido de gerar dados mais fidedignos sobre a circulação viral”, explica. O pesquisador lembra que o subtipo A(H1N1)pdm09 circulou de forma expressiva pela última vez em 2013, quando foram registrados 3.733 casos graves e 768 mortes no país. “É comum que os tipos e subtipos de influenza possuam uma dinâmica de alternância. O subtipo A(H1N1)pdm09 teve uma baixa circulação nos últimos dois anos e isto pode ser mais uma das hipóteses para o aumento de casos, pois nossa ‘memória imunológica’ já não possui uma resposta tão eficiente para enfrentá-lo”, comenta.
Por contribuir para o monitoramento e vigilância de influenza no país, o Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo do IOC recebe amostras de diversas unidades sentinelas vinculadas ao Ministério da Saúde para análises complementares, como, por exemplo, as análises filogenéticas, quando se avalia a relação evolutiva entre distintos grupos de influenza. Marilda, Fernando e sua equipe se dedicam a identificar cepas variantes dos vírus que circulam durante as epidemias sazonais. “Até o momento, os resultados não apontam mutações significativas na estrutura dos vírus em circulação no Brasil – são semelhantes a amostras descritas na Europa no final de 2015 e início deste ano”, ressalta Motta. “Permanecemos sempre alertas, verificando as semelhanças genéticas entre os vírus circulantes e as cepas utilizadas na produção de vacinas. Além disso, monitoramos possíveis traços de resistência aos antivirais usados no combate à infecção”, completa a pesquisadora. Cuidados Apesar de o vírus influenza ser altamente transmissível, ele não é muito resistente e permanece poucas horas no ar ou em superfícies como mesas e corrimões, por exemplo. Além disso, perde sua capacidade infecciosa facilmente. “O uso de desinfetante para higienizar superfícies onde pode haver contaminação por secreção respiratória e o hábito de lavar bem as mãos com água e sabão, ou usar álcool em gel, são formas eficazes de inativar o vírus e evitar sua propagação”, pontua Motta. De igual modo, cobrir a boca e o nariz usando um lenço ao tossir ou espirar também é um hábito simples e eficiente para reduzir a transmissão viral. “Com a chegada do inverno (período de maior circulação viral) e dos Jogos Olímpicos, em que haverá um significativo aumento na circulação de pessoas de todo o mundo, não podemos nos esquecer desses cuidados, que, apesar de simples, podem salvar vidas”, finaliza Marilda. Reportagem: Lucas Rocha e Max Gomes Foto: Influenza Viruses, por www.medicalgraphics.de, sob a licença de uso CC BY-ND 3.0 DE 23/06/2016 Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz) |
||||||