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Sociedade e academia: união contra o Zika

Instituto recebe doação de equipamentos a partir da iniciativa espontânea de empresários cariocas

A manhã do dia 09 de setembro de 2016 registrou um avanço na relação entre a comunidade científica e a sociedade civil: a doação de equipamentos para somar esforços à pesquisa sobre o Zika no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A iniciativa partiu espontaneamente do empresário carioca Bruno Chateaubriand e da rede de restaurantes Manekineko, que, diante do surto de Zika no país, resolveram reunir pessoas interessadas em apoiar os estudos. “Estávamos sendo bombardeados, diariamente, por notícias ruins sobre o vírus Zika e sua relação com a microcefalia. Os Jogos Rio 2016 se aproximavam, o mundo estava voltado para o Brasil, e nós precisávamos fazer alguma coisa para ajudar no combate à doença. Foi então que surgiu a ideia de realizarmos um jantar beneficente e, com a verba arrecadada, fornecer apoio a instituições brasileiras de ciência e pesquisa”, explicou Bruno Chateaubriand. “Agora que já conheço os trâmites, assumo como missão a tarefa de envolver outros parceiros neste processo de contribuição para a produção científica brasileira”, acrescentou.

Sobre fazer a diferença ao apoiar a comunidade científica, a representante da rede de restaurantes Manekineko, Bianca Couto, declarou estar satisfeita em poder contribuir para o trabalho desenvolvido pelos pesquisadores da instituição. “É muito gratificante saber que este tipo de doação é a primeira que ocorre no IOC. Estamos felizes com os benefícios futuros que a contribuição ofertará tanto para o Instituto quanto para a população”, disse.

Foto: Gutemberg Brito/IOC/Fiocruz

À esquerda, os pesquisadores Ricardo Lourenço e Rafaela Bruno, chefes dos laboratórios onde ficarão os equipamentos. Ao lado, Bianca Couto, da rede de Restaurantes Manekineko, Bruno Chateaubriand e Valber Frutuoso, vice-diretor de Desenvolvimento Institucional e Gestão do IOC


Para o diretor do IOC, Wilson Savino, a iniciativa representa uma nova etapa na relação da sociedade civil com a comunidade científica, por meio do mecanismo de uma doação envolvendo pessoa física e pessoa jurídica. “A cultura da doação para a ciência não é presente no Brasil. Na França, por exemplo, existem dias devotados à participação direta da sociedade civil para o desenvolvimento científico em doenças raras, que chegam a arrecadar mais de 100 milhões de Euros. O dia de hoje marca o início de uma atividade que, além de agregar valor econômico, favorece a interação social entre dois universos: academia e sociedade”, comentou.

Na visão do pesquisador Ricardo Lourenço, chefe de um dos Laboratórios que recebeu os equipamentos, a doação dos empresários preenche uma lacuna. “Ao contrário do que o imaginário popular acredita, nós, pesquisadores, ficamos muito tempo no computador escrevendo artigos e submetendo projetos científicos às agências de fomento, tentando conseguir recursos. Estamos gratos com a nobre iniciativa”, agradeceu.

Os equipamentos recebidos são fundamentais na estrutura de conservação de amostras laboratoriais usadas em estudos sobre o vírus Zika. Um ficará alocado no Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários e, o outro, no Laboratório de Biologia Molecular de Insetos. O processo de doação deu os primeiros passos quando o empresário Bruno Chateaubriand, a partir da divulgação de pesquisas científicas pela imprensa, procurou o pesquisador Ricardo Lourenço para saber de que forma poderia oferecer apoio.

Reportagem: Kadu Cayres
13/09/2016
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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