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Após a rubéola, Brasil dá adeus ao sarampo

Desde 1991, o Instituto atuou diretamente com o Ministério da Saúde e com a Organização Pan-Americana da Saúde para que o país conseguisse receber o certificado de eliminação da doença


Após o Brasil e as Américas se tornarem oficialmente livres da rubéola e da síndrome da rubéola congênita, em 2015, agora, a região também está livre do sarampo. O anúncio foi realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), nesta terça-feira, 27/09 em Washington, nos Estados Unidos. Na ocasião, a entidade entregou ao Ministério da Saúde brasileiro o certificado de eliminação da doença. É a primeira vez que uma região no mundo recebe essa certificação. “Há mais de 20 anos não medimos esforços para eliminar o sarampo (e a rubéola) do país e do Continente. É uma satisfação e uma alegria enorme. É a recompensa de um intenso trabalho”, comemora a virologista Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), referência nacional para o Ministério da Saúde e regional para a Organização Mundial da Saúde (OMS) em rubéola e sarampo.

Vinicius Ferreira

"A certificação das Américas é motivo de muito orgulho para toda a equipe do Laboratório e também para os diversos representantes dos países envolvidos no processo", destaca Marilda Siqueira


A eliminação do sarampo é fruto de um esforço iniciado há 25 anos, em 1991, a partir da criação do então Programa Nacional de Controle do Sarampo, no qual o Laboratório do IOC faz parte desde o início, contribuindo para a definição de estratégias de controle e posterior eliminação do agravo. Durante essas mais de duas décadas, o Laboratório capacitou profissionais que atuam na vigilância epidemiológica e na vigilância laboratorial de praticamente todos os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN) do país para um correto diagnóstico e interpretação dos resultados e prestou assessorias técnicas em diversos países latinos, como Peru, Uruguai, Argentina, Colômbia e Costa Rica. Além disso, também participou de reuniões e encontros com autoridades locais e internacionais, elaborou trabalhos e artigos científicos, e orientou dezenas de estudantes – hoje cientistas – em suas teses e dissertações.

Desde 2010, quando o Brasil começou a receber visitas de membros do comitê Internacional de Especialistas para Eliminação do Sarampo e Rubéola, o Laboratório contribuía para a elaboração de relatórios apresentados pelo MS ao comitê sobre as evidências dos casos diagnosticados no país para que recebesse a certificação. “Mesmo com essa boa notícia a vigilância não vai parar. Precisamos continuar em alerta. Como ainda há muita incidência da doença no exterior, há a possibilidade de importação de casos. Os pais, por exemplo, precisam manter o calendário de vacinação de seus filhos em dia”, pondera Marilda.

A Organização Pan-Americana da Saúde ressalta que o sarampo é uma das doenças mais contagiosas. É transmitido por secreções procedentes do nariz, boca e garganta de pessoas infectadas. Os sintomas consistem em febre alta, erupção generalizada em todo o corpo, congestão nasal e irritação ocular. Pode causar complicações graves, tais como cegueira, encefalite, diarreia intensa, infecções do ouvido e pneumonia, sobretudo em crianças com problemas de nutrição e pacientes imunodeprimidos.



Reportagem: Vinicius Ferreira
28/09/2016
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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