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Workshop discute metodologia para leishmaniose

Coordenado por IOC e Opas, encontro na Colômbia reuniu especialistas de sete países para discutir padronização da técnica de PCR para quantificar carga parasitária na forma cutânea da doença

Um workshop internacional coordenado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) deu o primeiro passo para a padronização de uma metodologia para quantificação da carga parasitária em pacientes com leishmaniose tegumentar – infecção causada por parasitos do gênero Leishmania, que provoca lesões na pele e nas mucosas. Promovida em colaboração com a Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, na sigla em inglês), a atividade reuniu pesquisadores do Brasil, Argentina, Colômbia, Costa Rica, México, Panamá e Peru, na Universidade de Antioquia, em Medelín, na Colômbia, entre os dias 12 e 16 de dezembro.

Foto: Arquivo pessoal

Evento reuniu pesquisadores com experiência na aplicação da metodologia de PCR em tempo real quantitativa para discutir protocolos de testes

O foco do encontro foi a metodologia chamada de PCR em tempo real quantitativa, capaz de detectar o material genético dos microrganismos nas amostras. A partir disso, é possível avaliar a quantidade de parasitos no material analisado. Embora seja aplicada em estudos, a técnica ainda não faz parte dos exames de rotina para diagnóstico ou acompanhamento dos casos de leishmaniose cutânea e mucosa. Uma das coordenadoras do encontro, Elisa Cupolillo, vice-diretora de Ensino, Informação e Comunica do IOC e pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Leishmaniose, explicou que as variações entre os protocolos utilizados por diferentes grupos dificultam as comparações entre os resultados e a aplicação mais ampla do método. “Existe uma grande diversidade que vai desde as técnicas para coleta de amostras das lesões até os alvos moleculares [regiões do DNA] que são escolhidos para a detecção dos parasitos. Considerando esse cenário, o workshop discutiu as melhores abordagens, para que seja possível implementar um método padronizado, com resultados precisos”, ponderou.

Pesquisadores com experiência na utilização da técnica foram selecionados pela Opas para participar do evento. Além de palestras e discussões, o encontro contou com atividades práticas em laboratório, que permitiram identificar os caminhos mais promissores para a elaboração do protocolo. Também coordenador do evento, Otacílio Moreira, pesquisador do Laboratório de Biologia Molecular e Doenças Endêmicas do IOC, ressaltou que o trabalho continuará no próximo ano, com experimentos que serão realizados no Instituto. “A partir dos resultados do workshop, vamos realizar novos testes com algumas metodologias, incluindo amostras de pacientes enviadas por laboratórios de diferentes regiões das Américas. Dessa forma, esperamos desenvolver e validar um método consensual, capaz de avaliar com acurácia e precisão a carga parasitária em lesões de leishmaniose cutânea no Continente”, esclareceu.

Além de ser uma alternativa potencialmente mais sensível e reprodutível para o diagnóstico da leishmaniose tegumentar, a técnica de PCR em tempo real quantitativa pode contribuir para a avaliação da eficácia do tratamento, colocando a carga parasitária como um marcador precoce de falha terapêutica. O método também pode ajudar os pesquisadores a investigar aspectos da doença que ainda não são completamente esclarecidos. “Uma das questões mais discutidas é se a carga parasitária poderia estar relacionada com a evolução do agravo, funcionando como um marcador de prognóstico. Entretanto, precisamos de um protocolo padronizado para uma avaliação abrangente e robusta”, ressaltou Luiza Pereira, pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Leishmaniose, que integrou a equipe do workshop.

Reportagem: Maíra Menezes
Edição: Vinícius Ferreira
21/12/2016
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