Publicada em: 31/03/2017 às 10:00 |
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Estratégias para alavancar a cooperação científica Das colaborações espontâneas às oportunidades das novas técnicas de processamento de dados, III Simpósio de Pesquisa e Inovação foi encerrado com discussão sobre a construção de parcerias Uma mesa-redonda sobre cooperação científica encerrou o III Simpósio de Pesquisa e Inovação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), nesta quarta-feira, 29/03. A sessão abordou como a colaboração espontânea forma redes de pesquisa no IOC, o papel dos cursos de pós-graduação na integração nacional da Fiocruz, os impactos do programa de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) e as potencialidades do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), implantado no Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz-Bahia). Coordenado pelo diretor do IOC, Wilson Savino, o debate contou com a participação do vice-diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC, Hugo Caire de Castro Faria Neto; do coordenador adjunto de Pós-Graduação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC, Milton Ozorio Moraes; do coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz (CDTS), Carlos Morel; e da coordenadora substituta do Cidacs, Maria Yury Ichihara.
Utilizando técnicas de análise de redes, um mapeamento revelou a intensidade das colaborações entre os laboratórios do IOC. Apresentado por Hugo Caire, o trabalho analisou artigos, teses e dissertações publicados entre 2010 e 2015, além de dados fornecidos no processo de recadastramento de 2015. O mapeamento revelou redes de interações complexas, envolvendo a maioria dos laboratórios. A análise permitiu ainda detectar ‘clusters’ – grupos formados por laboratórios com padrões de interações semelhantes. “O mapeamento das redes indica relações bem estabelecidas entre vários laboratórios, com padrões de agrupamentos espontâneos”, indicou o vice-diretor. Segundo ele, na próxima etapa do estudo, o padrão das redes deve ser investigado considerando os temas das pesquisas. “A compreensão dessas redes pode contribuir para ações administrativas e estratégicas”, completou.
Lançado em 2008, o programa de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, liderado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, reuniu diversas agências de fomento para financiar o trabalho de grupos de pesquisa em áreas de fronteira da ciência e em setores estratégicos para o desenvolvimento sustentável do país. Os impactos e desafios do projeto foram avaliados por Morel, coordenador do INCT de Inovação em Doenças Negligenciadas. O diretor do CDTS destacou a integração entre cientistas de diversas instituições nacionais e internacionais e a realização pesquisas de alto impacto. Além de 260 artigos publicados, o trabalho do INCT de Inovação em Doenças Negligenciadas resultou em mais de cem teses e dissertações publicadas em programas de pós-graduação do Brasil e do exterior. “Mais importante do que as publicações são os registros de patente que caracterizam a inovação tecnológica na área de doenças negligenciadas propiciada por esse projeto. Até agora, foram quatro patentes concedidas e mais de dez pedidos depositados”, ressaltou Carlos Morel. Entre os desafios do programa, ele enfatizou os cortes na segunda chamada de projetos, cujo resultado foi divulgado no ano passado. “Apesar de 252 propostas terem sido aprovadas pela comissão internacional que analisou o mérito, apenas 101 INCTs foram selecionados, e os recursos anunciados ainda não foram liberados”, lamentou.
No encerramento do III Simpósio de Pesquisa e Inovação, o diretor do IOC destacou a complementaridade e a profundidade dos debates que ocorreram ao longo dos três dias de evento. “Conseguimos discutir desde desafios para a ciência até estratégias de cooperação, passando por questões que afetam diretamente a pesquisa e a inovação, como o financiamento e o acesso aberto à informação, além das relações com os serviços de referência e as coleções biológicas. A complementaridade das falas de diversos palestrantes e a profundidade das discussões tornaram o encontro muito produtivo para a reflexão sobre as atividades que desempenhamos no dia-a-dia”, avaliou Wilson Savino. Reportagem: Maíra Menezes Edição: Vinícius Ferreira 31/03/2017 Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz) |
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