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Pesquisadora do IOC é finalista da maior premiação feminina da América Latina

A virologista Marilda Siqueira concorre na categoria Ciências do Prêmio CLAUDIA por sua contribuição na eliminação do sarampo e da rubéola no país

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Dezembro de 2015. Enquanto o Brasil e o mundo ficavam atônitos com os crescentes casos de malformações congênitas relacionados ao vírus Zika, uma boa notícia surgia como um alento, especialmente para as gestantes. Estava confirmada a eliminação da rubéola e da síndrome da rubéola congênita no país e nas Américas. Quando ocorre durante a gravidez, o vírus da rubéola pode causar aborto e parto prematuro, além de danos ao bebê que vão de problemas visuais e surdez a cardiopatia congênita e microcefalia com danos cognitivos. Pouco tempo depois, em setembro de 2016, foi a vez de o Brasil dar adeus ao sarampo, uma das doenças mais contagiosas que existem. Pela primeira vez na história, uma região no mundo recebia a certificação de eliminação da doença que, nos casos graves, pode causar cegueira, encefalite, diarreia intensa, infecções do ouvido e pneumonia, sobretudo em crianças com problemas de nutrição e pacientes imunodeprimidos. Umas das especialistas à frente dessas duas conquistas é a virologista Marilda Siqueira, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Por mais de 20 anos Marilda atuou intensamente para eliminar esses agravos do país e do continente. Em reconhecimento à sua trajetória dedicada à saúde pública brasileira, Marilda é uma das finalistas do Prêmio CLAUDIA, maior premiação feminina da América Latina. A etapa de votação popular pela internet está aberta. Clique aqui para votar.

O Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo do IOC, chefiado por Marilda, é referência nacional para o Ministério da Saúde e regional para a Organização Mundial da Saúde (OMS) em rubéola e sarampo. Sob a sua coordenação, profissionais que lidam com as vigilâncias epidemiológica e laboratorial de praticamente todos os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs) do país foram capacitados para o correto diagnóstico e interpretação dos resultados laboratoriais na detecção desses vírus. Durante todos esses anos, a virologista também prestou assessorias técnicas para diversos países latinos, como Peru, Uruguai, Argentina, Colômbia e Costa Rica, assim como participou de reuniões e encontros com autoridades locais e internacionais no processo de eliminação das duas doenças.

Foto: Pablo Saborido/CLAUDIA

Desde 1992, Marilda é uma das especialistas na linha de frente contra os vírus do sarampo e da rubéola



Marilda também está na linha de frente de outro vírus respiratório que pode acometer centenas de milhares de pessoas todos os anos: o Influenza, popularmente conhecido como vírus da gripe. Seu Laboratório integra o Sistema Global de Vigilância e Resposta à Influenza da Organização Mundial da Saúde (OMS) e atua como referência nacional junto ao Ministério da Saúde para o tema. A coordenação dos esforços de diagnóstico laboratorial dos casos de influenza pandêmica no Brasil, em 2009, a elaboração do plano de preparação da OMS para o enfrentamento da gripe aviária e a capacitação de LACENs para diagnóstico da Influenza e de outros vírus respiratórios a partir da implementação de novo método de diagnóstico foram alguns de seus numerosos esforços nessa área.

Marilda já participou de mais de uma centena de trabalhos e artigos científicos, formou cerca de três dezenas de mestres e doutores e orientou mais de uma dezena de estudantes de graduação.

O ímpeto pelo novo como ponto de partida
Nascida em São Paulo e criada no Paraná, os caminhos de Marilda e da ciência se cruzaram oficialmente na juventude ao ingressar no curso de farmácia e bioquímica, da Universidade Estadual de Londrina, em 1973. No entanto, seu amor pela área é anterior ao ambiente formal da sala de aula. “Desde criança, me imaginava como cientista. Não me via trabalhando em outro campo senão esse. Sempre fui motivada pela descoberta, pela novidade. E isso a ciência nos proporciona constantemente”, conta, orgulhosa, a especialista.

Aos 22 anos, seguiu para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Em 1977, tornou-se especialista em microbiologia e imunologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ingressou na Fiocruz em 1979, como estudante de mestrado do programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária do IOC. Em 1981, ingressou como servidora pública da Fundação. Concluiu o doutorado em microbiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1992 – mesmo ano em que se tornou chefe do Laboratório em que atua. Em 2006, concluiu o pós-doutorado na Agência de Proteção à Saúde, da Inglaterra.

Mãe coruja, não perde os três filhos de vista, dois homens e uma mulher, e enfatiza: “A maternidade nunca foi impedimento para as atividades científicas. Sempre realizei ambas as funções com prazer. Esse reconhecimento [a indicação para o prêmio] está me dando ainda mais forças para lutar por uma saúde pública de verdade, mesmo me considerando apenas uma gotinha nesse imenso oceano. Mas é de gota em gota que o desenvolvimento científico poderá proporcionar qualidade de vida para todos e igualdade entre todos”, frisou.

Agora que você conhece um pouco da história da especialista, acesse o site do Prêmio CLAUDIA e vote quantas vezes quiser. Clique aqui.


Reportagem: Vinicius Ferreira
Edição: Raquel Aguiar
20/06/2017
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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