Ciência para o SUS Jornalismo
Membros do Conselho Nacional de Saúde visitam instalações do Instituto e conhecem de perto como são desenvolvidas pesquisas científicas dedicadas ao Sistema Único de Saúde
Como parte das atividades da 61ª reunião extraordinária e da 296ª reunião ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que aconteceu no campus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos, de 9 a 11 de agosto, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) abriu as portas para receber membros da instância máxima de deliberação do Sistema Único de Saúde (SUS). Conselheiros dos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro, Goiás e Brasília, além de integrantes do Centro de Educação e Assessoramento Popular (CEAP), que promove capacitação de conselheiros municipais e representantes de movimentos sociais na área de saúde, conheceram de perto como são desenvolvidos relevantes trabalhos científicos de âmbito nacional e internacional, como pesquisas em vírus respiratórios – Influenza, rubéola e sarampo – e arboviroses – dengue, Zika, chikungunya e febre amarela. Os visitantes foram acompanhados pelos chefes de gabinete da Presidência da Fiocruz, Valcler Rangel, e da Diretoria do IOC, Luís Muniz.
Os primeiros locais visitados foram as Plataformas Tecnológicas, onde podem ser realizadas atividades de pesquisa com níveis de biossegurança NB2 e NB3. Nos espaços, podem ser desenvolvidos procedimentos envolvendo patógenos variados, incluindo o vírus ebola. A visita foi guiada pelos pesquisadores José Simoneti e Sandra Simoneti, além da coordenadora das Plataformas Tecnológicas multiusuário do IOC, Thereza Christina Benévolo.
Gutemberg Brito |
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Membros do Conselho Nacional de Saúde em visita ao insetário do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários |
Referência nacional para o Ministério da Saúde e regional para a Organização Mundial da Saúde (OMS) em rubéola e sarampo, e referência nacional em Influenza junto ao Ministério e à OMS, o Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo do IOC foi segundo local visitado. Chefe do laboratório, a virologista Marilda Siqueira apresentou a rotina de trabalho, desde o armazenamento das amostras recebidas até o processo de diagnóstico e leitura de resultados. Ela relatou o papel central desenvolvido nos esforços que contribuíram para a eliminação do sarampo e da rubéola do Brasil. Por estas atividades, Marilda foi indicada ao Prêmio Claudia, na categoria Ciências. Em seguida, a comitiva foi recepcionada pela virologista Rita Nogueira, que conduziu a visita ao Laboratório de Flavivírus, que realiza diagnóstico em arboviroses. O laboratório teve atuação central no caso do vírus Zika, quando, em novembro de 2015, constatou a presença de material genético do vírus no líquido amniótico de gestantes – o achado foi fundamental para o estabelecimento da conexão entre a infecção e a síndrome congênita.
Gutemberg Brito |
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Também foram apresentadas à comitiva as ações de referência do Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo e do Laboratório de Flavivírus do IOC |
A parada final do percurso foi no Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários, responsável por estudos com insetos que transmitem dengue, Zika, chikungunya e febre amarela. Ricardo Lourenço, chefe do laboratório, juntamente com a pesquisadora Myrna Bonaldo, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus, fizeram um balanço da situação da febre amarela no país e apresentaram os mais recentes resultados de pesquisa desenvolvidos em conjunto entre os dois Laboratórios, que incluem a detecção de mutações no vírus da febre amarela. Em seguida, os visitantes conheceram as instalações do insetário do laboratório, onde são estudados mosquitos dos gêneros Aedes, Sabethes e Haemagogus, dentre outros. Com olhares atentos e curiosos, os visitantes observaram de perto as fases de vida dos vetores e acompanharam orientações de prevenção.
Sobre a visita do CNS à Fiocruz
Vinculado ao Ministério da Saúde, o CNS é composto por representantes de entidades e movimentos representativos de usuários, entidades representativas de trabalhadores da área da saúde, governo e prestadores de serviços de saúde. Sua missão é fiscalizar e deliberar sobre as políticas públicas de saúde. As atividades desenvolvidas pelo CNS na Fiocruz incluíram a discussão sobre a revisão da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e a assinatura de uma carta de intenções entre a Fiocruz e o Conselho, que formaliza o início de uma agenda de colaboração, com ações futuras a serem definidas por uma assessoria técnico-científica.
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Clima de confraternização marcou o encerramento das atividades da 61ª reunião extraordinária e da 296ª reunião ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS) na Fiocruz. Na imagem, conselheiros e membros da comitiva da Presidência da Fiocruz e das Unidades da Fundação, anfitriã dos visitantes |
Reportagem: Vinicius Ferreira, com informações da Agência Fiocruz de Notícias Edição: Raquel Aguiar 14/08/2017 - atualizado em 15/08/2017 Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)
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